31.5.16

Por trás de cada obstáculo...

A 13 de Maio - Praça de S. Pedro
 
O mundo está cansado... cansado de guerras, violência, ódios e opressões. Cansado da inflação. Já sabemos agora que o capitalismo selvagem descobriu um novo processo de exploração, o mais infame e refinado. Há grupos e pessoas que forçam a espiral inflacionária, porque eles lucram escandalosamente, enquanto a corda da inflação aperta o pescoço dos indefesos cidadãos... Enquanto o povo agoniza, alguns outros enriquecem!
 
(...) Estamos cansados de sufocar na garganta indagações inúmeras sobre política interna e externa.  Indagações que ficam sem resposta. Gritos doídos, parados no ar...
 
Só vejo pessoas tensas, nervosas, apressadas. Parece que estão fugindo. Com medo da própria sombra... Abro jornais. Só dá manchete triste, preocupante. Televisão: é violência e superficialidade que não acabam mais. Vejo olheiras fundas no rosto do mundo, no dos cidadãos. Cansaço nos olhos, no rosto, na alma, nos corações...
 
Sempre me ensinaram: quem semeia esperança nos caminhos dos homens, colhe paz e amor, na escola da vida. Nem sempre, segundo os factos nos mostram.
O bárbaro atentado a João Paulo II nos provou que a bondade é muitas vezes crucificada. Quanto mais delicado e sensível seu coração, meu amigo, minha amiga, mais você sofrerá, quando vítima da maldade, da injustiça, da ingratidão.
 
Não é fácil ser optimista, alegre e jovial nos dias de hoje. Por outro lado, não resolve jogar os remos no fundo do barco, deixando que a correnteza do derrotismo e as vagas da capitulação nos arrastem rios abaixo. Viver é lutar, é reagir. Nem que seja contra toda a esperança.
 
Jamais esqueceremos aquela cena de 13 de Maio, na Praça de S. Pedro. João Paulo II foi baleado quando acabava de abraçar uma criança. Foi o confronto mundial da bondade com a violência desvairada, o amor-ternura contrastando com a cegueira do ódio, da maldade. Foi a hora do lobo investindo contra mansidão do cordeiro...
A solidariedade é uma das faces sob as quais Deus se oculta no coração dos homens. Imensa, comovente e total foi a solidariedade que o Papa ferido recebeu. Uma solidariedade orante, do tamanho do universo...
 
Deus continua velando, escrevendo, conduzindo, nas linhas tortas e sinuosas que a civilização moderna rabisca nos pergaminhos da História. E mesmo no fundo do poço seus braços de misericórdia nos alcançam, carregados de estrelas...
(...) Deus não acalma as tempestades que a turbulência da insensatez humana desencadeia..., mas nos revigora para atravessá-las, com serenidade, paz e confiança. Não raro, quando nos parece que Deus se afasta... é exatamente então que ELE VEM. Ao nosso encontro. Para dentro da nossa vida. Plantando questionamentos de sabedoria. Desarrumando a nossa casa, sacudindo nossos marasmos e acomodações. Desinstalando-nos da mediocridade, deixando-nos seus recados de misericórdia e amor.
 
O dia 13 de Maio foi um vento forte, desconcertante e impetuoso que varreu o globo. Muita gente acordou! Reflectiu, se comoveu e rezou, como na manhã de Pentecostes, dois mil anos atrás. Senti Deus falando aos homens, falando ao mundo, naquela tarde, naquela noite...
 
"Por trás de cada obstáculo, descubro novos horizontes".
 
 
 
Pe. Roque Schneider, S.J.
[Trechos, Pe. Roque Schneider]

 

30.5.16

Papa indica 4 elementos imprescindíveis para viver a santidade

O Caminho se percorre ao lado de Deus
 
 
“Caminhar na presença de Deus de modo irrepreensível”. Isto, segundo o Papa, quer dizer caminhar rumo à santidade. É um compromisso que necessita, no entanto, de um coração que saiba esperar com coragem, se coloque em discussão e se abra com simplicidade à graça de Deus.
O tema esteve ao centro da homilia de Francisco nesta manhã de terça-feira, (24/05), na Casa Santa Marta.
Não se compra a santidade; nem as melhores forças humanas a podem ganhar. Não, ‘a santidade simples, de todos os cristãos’, ‘a nossa, a de todos os dias’, é um caminho que pode ser percorrido somente se sustentado por quatro elementos imprescindíveis: coragem, esperança, graça, conversão.
 
O caminho da coragem
 
Francisco comenta o trecho litúrgico extraído da Primeira Carta de Pedro, definindo-a como um ‘pequeno tratado sobre a santidade’. Esta é, antes de tudo, “caminhar de modo irrepreensível diante de Deus”:
“Este ‘caminhar’: a santidade é um caminho, a santidade não se compra e nem se vende. Nem se pode presentear. A santidade é um caminho na presença de Deus, que eu devo fazer: ninguém o faz em meu nome. Posso rezar para que o outro seja santo, mas é ele que deve fazer o caminho, não eu. Caminhar na presença de Deus, de modo irrepreensível. Usarei hoje algumas palavras que nos ensinam como é a santidade de todo dia, a santidade – digamos – anônima. Primeira: coragem. O caminho rumo à santidade requer coragem”.
 
Esperança e graça
 
“O Reino dos Céus de Jesus”, repetiu o Papa, é para “aqueles que têm a coragem de ir avante” e a coragem, observou, é movida pela “esperança”, a segunda palavra da viagem que leva à santidade. A coragem que espera “num encontro com Jesus”. Depois, há o terceiro elemento, quando Pedro escreve: “colocai toda a vossa esperança
na graça”:
“A santidade não podemos fazê-la sozinhos. Não, é uma graça. Ser bom, ser santo, avançar a cada dia um passo na vida cristã é uma graça de Deus e devemos pedi-la. Coragem, um caminho. Um caminho que se deve fazer com coragem, com a esperança e com a disponibilidade de receber esta graça. E a esperança: a esperança do caminho. É tão bonito o XI capítulo da Carta aos Hebreus, leiam. Fala do caminho dos nossos pais, dos primeiros que foram chamados por Deus. E como eles foram avante. E do nosso pai Abraão diz: ‘Ele saiu sem saber para onde ia’. Mas com esperança”.
 
Converter-se todos os dias
 
Francisco prosseguiu: na sua carta, Pedro destaca a importância de um quarto elemento. Quando convida os seus interlocutores a não se conformarem “aos desejos de uma época”, os impulsiona essencialmente a mudar a partir de dentro do próprio coração, num contínuo e cotidiano trabalho interior:
“A conversão, todos os dias: ‘Ah, Padre, para me converter devo fazer penitência, me dar umas pauladas…’. ‘Não, não, não: conversões pequenas. Mas se você for capaz de não falar mal do outro, está no bom caminho para se tornar santo’. É tão simples! Eu sei que vocês nunca falam mal dos outros, não? Pequenas coisas… Tenho vontade de criticar o vizinho, meu colega de trabalho: morder um pouco a língua. Vai ficar um pouco inchada, mas o espírito de vocês será mais santo nesta estrada. Nada de grandes mortificações: não, é simples. O caminho da santidade é simples. Não voltar para trás, mas ir sempre avante, não? E com força”.
 
[Papa Francisco, santidade]
 
 

29.5.16

A Igreja

 
Um hino de amor à Mãe
 
A Igreja católica é aquele estandarte erguido em meio às nações, como se exprime o Concílio Vaticano I, tomando as mesmas palavras do profeta Isaías (cf. 49,22), para servir a todos de sinal de reunião, a ela convidando todos os que ainda não têm fé, e assegurando a seus próprios filhos que a fé que eles professam apoia-se sobre o mais firme fundamento.

A Igreja é aquela montanha que se faz visível desde longe a todos os olhares, aquela cidade resplandecente, aquela luz colocada sobre o candelabro para iluminar toda a casa. Ela é aquele edifício de cedro e de cipreste incorruptível, cuja solidez majestosa desafia os séculos e inspira confiança a nossas efémeras individualidades. Ela é aquele milagre continuado que não cessa de anunciar aos homens a vinda do seu Salvador e mostrar-lhes com mil exemplos sua Força libertadora...

Pela profundidade e pela coesão da doutrina que propõe, por seu conhecimento experimental do homem, como pelos frutos que o Espírito não cessa de fazer florescer nela, a Igreja exerce sobre as almas retas uma atração que atesta, de idade em idade, tantas conversões paradoxais.
Receptáculo a guardiã das Escrituras, a Igreja distribui sua luz, que é a única que dá um sentido inteligível à nossa história. Deste modo, ela nos leva a Cristo por mil caminhos convergentes. É nela onde Deus se mostra aos olhos que vêem a sabedoria.

A quem vive o seu mistério, ela sempre se lhe manifesta, como ao vidente de Patmos, como a Cidade de pedras preciosas, como a Jerusalém celestial, como a Esposa do Cordeiro, e o gozo que esta contemplação lhe proporciona é também o mesmo que reina nas visões serenas do Apocalipse. Também se compreende o ímpeto que faz exclamar – como Santo Agostinho, quando falava da Pátria: “Quando falo sobre ela, não sei mais terminar!”


[Pe. Henri de Lubac, em um hino de amor a mãe]

28.5.16

Santo Afonso de Ligório

O homem santo - os/as Santos/as
 
«O homem santo permanece na sabedoria como o sol, mas o insensato muda como a lua. O pecador é como ela: hoje cheia, amanhã, minguante; hoje ri, amanhã chora de remorso, de angústia e tristeza; hoje parece tranquilo e sereno, amanhã furioso como o tigre. E porquê? Porque seu contentamento depende das coisas boas ou más que lhe acontecem, e, por isso, mudam segundo sopram os ventos favoráveis ou contrários.
O justo é como o sol, sempre sereno e tranquilo, porque sua paz está fundada na conformidade de sua vontade com a vontade de Deus. Podemos gozar aqui na terra de um paraíso antecipado, pois esta paz causa alegria plena, e foi exactamente o que aconteceu aos santos, independente do que passavam; é uma alegria que o mundo não compreende mas que pode e deve estar no coração daquele que tudo se conforma a Deus, e nada, nem a dor, nem a fome, nem a tribulação, haverá de tirar esta paz e impedir que se cumpra de facto a vontade de Deus em sua vida.»

 
[lendo e rezando, Santo Afonso de Ligório]

Imagem tirada da net.

26.5.16

Maio - Mês de Maria


Avé, Avé Maria...
 
Mar de chamas, chamas vivas!
 

Mar de chamas, chamas vivas...
 
Creio no poder da oração que nos ilumina e inflama!
E, a seguir Jesus, a Verdade que, seu povo proclama.
 
*  *  * 
Cristo tem piedade de nós..., somos o teu povo pecador...
 
 
 
[ Maio, Mês de Maria, Fátima]
 

 

24.5.16

24 de Maio - Maria Auxiliadora

A Nossa Senhora de Dom Bosco
 
 
A devoção à Auxiliadora fora reavivada pelas aparições de Spoleto, onde a Virgem manifestara o desejo de ser invocada com esse título.

Para Pietro Stella, "sem Spoleto, provavelmente Dom Bosco não se teria tornado o apóstolo da Auxiliadora; sem Dom Bosco, porém, a flama de Spoleto talvez tivesse sido um episódio característico do decênio 1860-1870, em clima de um escatologismo mariano, de messianismo antes da queda do Estado Pontifício. Dom Bosco, correlacionando à sua pessoa e às suas instituições o culto da Auxiliadora, conseguiu dar uma dimensão grandiosa e mundial à devoção a Maria Auxiliadora" (Pietro STELLA, Don Bosco nella storia della religiosità cattolica, II, p. 173).

Dessa forma, com a Basílica, a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora une todas as casas salesianas do mundo todo.
Raras vezes aconteceu que um título mariano se difundisse com tanta rapidez, entre os católicos, como o de Maria Auxiliadora. Provam-no os inumeráveis quadros, altares e igrejas dedicados ao seu culto em todo o mundo. A presença de Maria no trabalho de Dom Bosco e dos salesianos perdura até hoje como a segurança materna de uma proteção especial. Em contrapartida, os salesianos lhe devotam um carinho especial, são seus filhos realmente (cf. carta Lasagna-Bosco 05/12/1877, em Mons. Luigi Lasagna, Epistolario, I, p. 159.23-24).

Há duas razões fundamentais para a escolha desse título, para além de outros motivos implícitos e explícitos: a primeira, pela lúcida intuição da atualidade do culto de Maria Auxiliadora na Igreja de seu tempo. O recurso a Maria Auxiliadora se impôs em virtude das extraordinárias dificuldades em que a Igreja se debatia então. A segunda, pelo alcance, dificilmente calculável que virá a ter na história salesiana a construção e a existência da Basílica de Maria Auxiliadora em Valdocco.
A basílica de Valdocco é um santuário entendido como lugar que oferece, por sua natureza, uma presença incisiva de Deus, de Cristo, como também de Maria de repercussão não só para a cidade de Turim, mas nacional e mundial, aberto às exigências espirituais e apostólicas da Igreja.

Na origem estão a piedade, a intuição e a energia realizadora de Dom Bosco, padre educador e fundador religioso, profundamente convencido da importância da Auxilium Cristianorum em tempos calamitosos para a Igreja e não menos difíceis para a firmeza da fé de seus membros. Ela podia se constituir em uma singular reserva para a vida espiritual dos jovens e de seus educadores.
Essa opção expressa de forma muito condizente e ilustrativa o modo ou o processo de decisão do educador Dom Bosco. Tratava-se de uma oferta para os salesianos se ampararem na presença de Maria Auxiliadora como Mãe e Mestra. Porém essa escolha revela um processo de Dom Bosco inteiramente inserido no tempo. Acolhe o que lhe parece o melhor para integrar em seu processo educativo, considera as perspectivas e revela ou acentua as possibilidades futuras e as torna um lema e uma realidade.

A consciência popular não tardou em descobrir a maravilhosa aliança entre Maria Auxiliadora e Dom Bosco, a incindível ligação que os unia: Dom Bosco era verdadeiramente o "santo de Maria Auxiliadora" e Maria Auxiliadora era realmente a "Nossa Senhora de Dom Bosco". Essa denominação, nascida da intuição de fé dos crentes, passou para a história.

Maria Auxiliadora

Texto e Imagem daqui:
http://www.boletimsalesiano.org.br/index.php/salesianidade/item/210-a-nossa-senhora-da-dom-bosco

Amor que se dá

Os Padres da Igreja chamam ao Espírito Santo: «Amor, Caridade, Estima, Vínculo de amor, Beijo de Amor». Todas estas expressões testemunham o modo de «proceder» do Espírito Santo, a partir do Pai e do Filho.
Pode-se dizer que Deus na sua vída íntima «é amor», que se personaliza no Espírito Santo, Espírito do Pai e do Filho.
 
 
O Espírito é também chamado Dom. No Espírito, que é efectivamente Amor, encontra-se a fonte de todas as dádivas, que tem em Deus o seu início, em relação às criaturas: a dádiva da existência através da criação, a dádiva da graça mediante toda a economia da salvação.
À luz desta teologia do Dom trinitário compreendemos melhor as palavras dos Actos dos Apóstolos «...recebereis o dom do Espírito Santo». São as palavras com que Cristo se despede definitivamente dos que lhe são caros, partindo para o Pai. A essa luz compreendemos também as palavras do Apóstolo: «o amor de Deus regressou aos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi dado».
 
[Espírito Santo, J Paulo II, Dom, Amor]

23.5.16

Os 3 aspectos de Fé, qual o seu?

 
Os Padres da Igreja Latina (começando com Agostinho) falam de três níveis de fé em Deus :

1. credere Deum ( " Qual o objecto da nossa fé?" ) : Isto é simplesmente acreditar que Deus existe. Os demônios têm esse tipo de fé, como São Tiago explica - Tiago 2 .

2. credere Deo (Acreditar em Deus " ) : Isto é confiar em Deus . Se Deus diz: "Jesus é o Filho de Deus", então você crê que sim. Se Deus diz: " Eu sou o seu pastor. Eu vou cuidar de si . " Você acredita.

3. credere in Deum ( em latim, literalmente: "crer em Deus" (subjetivo - A entrega pessoal a Deus que cada um faz ao acreditar n'Ele e nas Suas promessas) : Este é mais difícil de traduzir , mas isto implica mover-nos para Deus. É colocar fé, confiança, até a si mesmo em Deus. Esta é a forma mais elevada de fé.


Santo Agostinho diz que credere in Deum' (nível 3) é realmente colocar-se " a si mesmo, em Deus. " Nos momentos e tempos de tragédia , depressão, noites escuras, traição , confusão, falência , divórcio, câncer e morte, a mais elevada forma de fé transcende simplesmente em crendo que Deus existe ou acreditar em Suas promessas .

 Dor e Crer em Deus
 
 
"Acreditar em Deus" ou " credere in Deum " (não "em Deo " - uma enorme diferença em latim) é o que muitas vezes ensino a mim mesmo e a outros que estejam tão profundamente feridos.


Nos momentos e épocas da tragédia , você tem que lançar tudo e a sua própria dor e alma, na sangrenta ferida do lado de Jesus e apenas permanecer aí. Esse movimento espiritual de se mover para o Coração de Jesus é a mais elevada forma de fé. É a única coisa que pode restaurar a paz , sanidade e a alegria. Eu estive lá. É verdade.
 
 
Explore os três níveis de fé. Em qual você está? Honestamente, eu me movi para cima e para baixo da escada . Às vezes, podemos ficar satisfeitos com o nível 2 ( credere Deo ) . Mesmo se a vida é boa , tente ir para além dessa rotina e reze pela fé em credere in Deum - para crer em Deus.

 
 

Taylor Marshall
 
[Fé, Taylor Marshall]

Cântico do amor


13 1* Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.
2Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.
3Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.
 
4*O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
5nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
6Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
7Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
 
8*O amor jamais passará.As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas terminará
e a ciência vai ser inútil.
9Pois o nosso conhecimento é imperfeito
e também imperfeita é a nossa profecia.
10Mas, quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
11Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me tornei homem,
deixei o que era próprio de criança.
 
12*Agora, vemos como num espelho,
de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.
 
13*Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor;
mas a maior de todas é o amor.

1.ª Coríntios 13

Fátima - em Maio de 2016

Imagens de Fátima, a 12 de Maio de 2016

 
Que em cada uma destas velas, acesas, - pediríamos todos, como eu, esteja um coração contrito, sequioso do perdão de Deus.


Mais humilde, mais conforme ao humilde coração de nossa verdadeira Mãe; mãe de Jesus e nossa, sempre pronta a acolher-nos, na nossa pobre condição  - de aflitos, de pobres pecadores, necessitados de Sua intercessão...
 
Ó Mãe, a vós recorremos; os vossos olhos misericordiosos a nós volvei. Tão  necessitados estamos de nos encontrarmos na verdadeira vontade que para nós Deus tem. De O seguirmos, de verdade, em pura humildade e em oferta também.
 
 
Rogai por nós, Ó Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas, que, ainda não merecemos, mas que,  convosco, esperamos vir a alcançar, de Deus e, sobretudo por vossos méritos ainda e também.
 
Amen. 
 
 

22.5.16

Cardeal Sarah: Ideologia de gênero é mortal e demoníaca

Cardeal Sarah: Ideologia de gênero é mortal e demoníaca: O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no Vaticano, Cardeal Robert Sarah, afirmou que a ideologia de gênero é “demoníaca” e um “impulso mortal” que ataca as famílias.

Assim o indicou o Cardeal africano em sua intervenção no tradicional ‘National Catholic Prayer Breakfast’, em Washington (Estados Unidos), no qual se reuniram diversos líderes do país para tratar diversos temas de grande importância.
 
Em sua exposição, o Cardeal disse que em nenhum lugar a perseguição religiosa é “mais clara que na ameaça das sociedades contra as famílias através da uma demoníaca ideologia de gênero, um impulso mortal que se experimenta em um mundo no qual extirpa cada vez mais Deus através da colonização ideológica” denunciada em distintas ocasiões pelo Papa Francisco.
 
O Prefeito disse ainda que defender a família é uma tarefa fundamental na sociedade atual: “Não é uma guerra ideológica. Trata-se na verdade de defender-nos a nós mesmos, os nossos filhos e as gerações futuras ante uma ideologia demoníaca (a ideologia de gênero), a qual afirma que as crianças não necessitam mães e pais. Ela nega a natureza humana e quer extirpar Deus de gerações inteiras”.
“A ruptura das relações fundamentais na vida da pessoa – por meio da separação, do divórcio ou das imposições distorcidas da família como a convivência e as uniões do mesmo sexo – é uma ferida profunda que fecha o coração ao amor que se entrega até a morte e que leva ao cinismo e à desesperança”.
Estas situações, continuou o Cardeal, “prejudicam as crianças pequenas ao deixá-las com uma dúvida existencial profunda sobre o amor. São um escândalo e um obstáculo, que faz com que os mais vulneráveis não acreditem em tal amor, e um peso, que esmaga e que pode impedir que se abram ao poder de cura do Evangelho”.

Em meio a tudo isto, disse o Cardeal africano, a Igreja e o Papa Francisco tentam combater a globalização da indiferença.
“Por esta razão o Santo Padre, aberta e vigorosamente, defende o ensinamento da Igreja sobre a anticoncepção, o aborto, a homossexualidade, as tecnologias reprodutivas, a educação das crianças e muitos outros”, indicou o Cardeal.
Atualmente, continuou o Cardeal Sarah, “a violência contra os cristãos não é somente física” como a que sofrem os fiéis do Oriente Médio nas mãos do Estado Islâmico, “mas também política, ideológica e cultural”.
“Esta forma de perseguição religiosa é tão ou mais prejudicial, mas é mais escondida. Não destrói fisicamente, mas espiritualmente”, precisou.
Por isso, o Cardeal disse que atualmente e “em nome da ‘tolerância’ os ensinamentos da Igreja sobre o matrimônio, a sexualidade e a pessoa humana estão sendo desmanteladas” e criticou a legalização das uniões de mesmo sexo, o mandato abortista da administração Obama e as leis que permitem o acesso aos banheiros de acordo com a chamada “identidade de gênero”.
Em seguida, o Cardeal se dirigiu aos participantes do ‘National Catholic Prayer Breakfast’ ressaltando que chegou aos Estados Unidos para “encorajá-los a ser proféticos, fiéis e sobretudo a fim de que rezem”.
“Estas três sugestões – prosseguiu – demonstram que a batalha pela alma da América e a alma do mundo é basicamente espiritual. Mostram que a batalha briga primeiro com nossa própria conversão a Deus a cada dia”.
É importante para esta missão, continuou, um grande discernimento a respeito de como “em suas vidas, em seus lares, em seus locais de trabalho, em sua nação, Deus está sendo reduzido, eclipsado e liquidado”.

"Lembrai-vos" ...

 
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria,
que nunca se ouviu dizer
que algum daqueles
que têm recorrido à vossa protecção,
implorado a vossa assistência,
e reclamado o vosso socorro,
fosse por Vós desamparado.
Animado eu, pois, de igual confiança,
a Vós, Virgem entre todas singular,
como a Mãe recorro,
de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados,
me prostro aos Vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas,
ó Mãe do Filho de Deus humanado,
mas dignai-Vos
de as ouvir propícia
e de me alcançar o que Vos rogo.
Ámen.
 
 
Oração de S. Bernardo a Nossa Senhora
 
 

21.5.16

Ano - Jubilar da Misericórdia

Não atenderá Deus, àqueles que apelam, à sua infinita Misericórdia?

Estamos no Ano Jubilar da Misericórdia.

Estou com o Bispo Dom Henrique a quem tanto aprecio e que assim nos interpela: " Que fique a lição: há ateus que são mais crentes que os crentes... "

Miguel de Unamuno foi um filósofo espanhol do século XX atormentado pela idéia de Deus. Ateu, sentia saudades do Infinito.

Quando morreu Miguel de Unamuno, entre os manuscritos sobre a mesa do seu escritório, estavam estes versos:

«Alarga a porta, Pai,
porque não posso pensar.
Fizeste-a para as crianças
E eu cresci a meu pensar.

Se não me alargas a porta
diminue-me por piedade.
Volta-me àquela idade
em que viver era sonhar!»

Escolhi estes versos em vez do que na sua página encontrei. Preferi estes que acabo de publicar. Soam-me melhor a mim, assim, por diversas razões. Somos todos de Deus, mas a cada um, a sua perspectiva e sensibilidade; a sua fé e razões...

Pai, tem piedade de nós pecadores...

Creio em Ti! E apelo à Tua Misericórdia sem fim...

Com toda a gratidão que lhe devo e por tanto que aprendo em: "padrehenrique.com
Ámen!



19.5.16

Oração e...

Oração e...
(Ai, a Santa) Paciência...
 
Muitos são os que empreendem a via da oração. Alguns desistem quase logo de entrada, dizendo: Eu não nasci para isto. Dizem também: É tempo perdido; não vejo resultados. Outros, fatigados, ficam-se pelos primeiros andares, instalam-se na mediocridade, continuam na actividade, mas rastejando pelo chão. Há-os também que avançam, entre dificuldades, até às insondáveis regiões de Deus.
O principal inimigo é a inconstância, que nasce da sensação de frustração que a alma sofre quando se dá conta de que os frutos não chegam ou não correspondem ao esforço despendido. Tantos esforços e tão poucos resultados, dizem. Tantos anos dedicados assiduamente à oração e tão pouco progresso.
(...) Dizem uns que a paciência é a arte de esperar. Outros respondem que é a arte de saber. Nós poderíamos completar, combinando os dois conceitos: é a arte de saber esperar. Espera-se porque se sabe. Por outras palavras, a paciência é um acto de espera porque se sabe e se aceita com paz a realidade tal como ela é.
Que realidade? No nosso caso, trata-se de duas realidades. a primeira é que Deus é essencialmente gratuitidade e, por conseguinte, o «seu proceder» é essencialmente desconcertante. E a segunda é que tudo o que é vida avança de modo evolutivo.
* * *

O mais difícil para os que se alistaram na milícia da fé, é ter paciência com Deus.
(...) Deus é o Manancial onde tudo nasce e tudo se consuma. É o poço inesgotável de toda a vida e graça. Tudo dispóe e dispensa segundo o seu beneplácito. No dinamismo geral da Sua economia, uma só direcção existe: a de dar.
Ninguém Lhe pode exigir nada. Ninguém pode questioná-Lo, enfrentá-Lo com perguntas. As relações com Ele não são da natureza das nossas relações humanas. Nas nossas inter-relações há contratos de compra e venda, trabalho e salário, mérito e prémio. Na relação com Deus nada disso existe. Há apenas oferta, graças, dádiva. Ele é doutra natureza: Ele e nós estamos em órbitas diferentes. Aquele que se decide a tomar Deus a sério, a primeira coisa que precisa fazer, é tomar consciência desta diferença e aceitá-la com paz. É isto que significa ter paciência com Deus.
(Haja Deus, haja Paciência - digo eu...)
(...) no reino de Deus não existe o verbo pagar nem o verbo ganhar. Ali nada se paga porque nada se ganha. Tudo se recebe. Tudo é oferta, graça. Estamos em órbitas diferentes.


«As minhas medidas não são as vossas medidas. Os meus critérios são outros porque é outra a minha natureza»

 
[Oração, eu, e trechos de I. Larragñaga]
 

Dor, sofrimento e cura

 

Precisamos de curar as feridas. Somos os semeadores da paz e da esperança no mundo. Se não curamos, uma a uma, as feridas, depressa começaremos a respirar por elas, e pelas feridas só se respira ressentimento. 

 


 
Meu Pai, em Ti me abandono.
A pessoa que relembra os acontecimentos dolorosos parece-se com alguém que tome nas mãos uma brasa ardente. A pessoa que alimenta o rancor contra o irmão é como quem atiça a chama da febre. Quem se queima? Quem sofre mais, aquele que odeia ou aquele que é odiado, aquele que inveja ou aquele que é invejado?

 
Como um bumerang, o que sinto contra o irmão destroi-me a mim mesmo. Quanta energia inutilmente desperdiçada!

 
É ridículo que eu viva cheio de ira contra aquele que me fez aquilo, quando ele continua feliz «bailando» na vida, tão despreocupado comigo que nem sequer se interessa de saber se estou vivo ou morto. A quem prejudica essa ira?

 
A vida foi-nos dada para sermos e tornarmos felizes os outros. Faremos os outros felizes na medida em que nós mesmo o formos. O Pai colocou-nos num jardim.
Nós é que transformamos o jardim em vale de lágrimas com a nossa falta de fé, de amor e de sabedoria.

 
Só sei uma coisa: que Ele sabe tudo e que nós não sabemos nada. Sei também que me quer muito e que o que Ele permite é o melhor para mim. Fecho, pois, a boca e aceito, em silêncio e paz, todos e cada um dos acontecimentos que, na altura, tanto me fizeram sofrer. Faça-se a sua vontade. Meu Pai, em Ti me abandono.
 
 

[Dor, cura, sofrimento - I. Larragñaga]



oração e mais oração

Oração e Perseverança


Por que tantas vezes nos parece quase impossível orar? Para o quê rezar? Por que Jesus e Maria insistem tanto connosco para que rezemos?


Tantas vezes ouço amigos, ou colegas meus, queixarem-se de que seus pais são praticamente ausentes... ahh... "passa quase todo o tempo fora, a trabalhar"...


Mas, para o quê e para quem, alguns dos nossos pais o fazem? Para o nosso sustento, manter a casa. E a família unida, não é? Lá nos vamos comunicando por mensagens, mails, chamadas rápidas. Caso contrário, perdemo-nos de todo, por hábito que a preguiça nos vai sugerindo e até ao pleno esquecimento dos ausentes... E assim travamos. Todo o contacto.


Assim nos acontece com o Pai do Céu que nunca aqui veremos.

*  *  *
Muitos, de entre os crentes, por não terem rezado durante muito tempo, não têm mais vontade de rezar., não reza.


Então Deus vai-se tornando cada vez mais um ser estranho e distante. Então como sair disto? Rezando com perseverança e sem vontade, para que a vontade novamente desponte. E o sentido de Deus.


«A perseverança é o elevado preço que se tem de pagar por todas as conquistas deste mundo.» - [ I. Larragnãga]


Todo o crescimento é um mistério. Uma plantazinha, que assomou timidamente à flor da terra, extrai os elementos orgânicos e transforma-os em substância viva. Mal se notam os sinais do seu crescimento, mas cresce.
Pelo contrário, o crescimento da graça não é detectável pela vista, nem mesmo com os instrumentos de medição necessários. Para quantos foi patente a natureza e a potência divinas de Jesus, filho de Deus?


Poderão replicar: O crescimento é observável nos efeitos, quando o homem avança no amor, na maturidade, na humildade, na paz. É verdade, mas só até certo ponto. Sabemos por experiência própria quantas energias temos que empregar tantas vezes para superar defeitos congénitos e nos parecermos com Jesus. No entanto, só Deus e a própria pessoa são testemunhas de tais esforços. Os outros não o notam.


(...) No crescimento da vida de oração deparamos com sintomas muito especiais: as dificuldades são sempre iguais e até maiores. Diremos que à medida que avançamos a meta se distancia cada vez mais; é frequente encontrarmos no caminho, zonas profundas de desníveis e altos e baixos, cercam-nos frequentes e longas temporadas de aridez... Tanta energia para resultados tão escassos!... E o desalento começa a cair sobre a alma como branca neblina que paraliza o caminhar de muitos ou os instala definitivamente na mediocridade, ou pura e simplesmente os leva a abandonar o caminho.


No entanto, o Cimo lá no alto continua a chamar. Os peregrinos pressentem que só lá no alto haverá «descanso sabático», o gozo do Tabor e a vitória final. A alma levanta-se, descobre novas energias, aperta o passo e continua a ascensão para Deus. Cada alma é uma «história», uma história cheia de contrastes, avanços, recuos, vacilações, generosidades.

Perseveremos!


A oração - Eu - E trechos de I. Larragnãga.



14.5.16

A 13 de Maio...

A treze de Maio. Estamos em 2016. A apenas 1 ano do centenário das aparições aos pequenitos videntes de Fátima.

Desta feita fazia frio. Chovia torrencialmente e sem parança, vento, e tudo isso doía mais ainda a quem caminhava no terreno por entre vales de lama e pedras. A água chegava acima dos nossos joelhos. Alguns desistiam, outros, apenas para voltar no dia 13.

Nada de sinais no firmamento, do sol a girar como alguns viram há dias atrás. E em anos anteriores, poucos, como até eu presenciei. Mas nada nos movia.

A Fé que levamos, toma uma força superior. Tudo nos encanta e nos dá esperança...

São coisas de Deus e para quem n'Ele crê... E na intercessão de Maria Santíssima! Rainha Mãe, Poderosa, a Nossa Senhora! Que a todos quer - tão Bem!

A um ano do centenário das aparições, tudo aproveitamos, que bom...

Chovia - dizia eu linhas atrás. Nem isso, nem o frio nos demovia. Sim..., são chuvas de graças!

Graças que embora ainda nem reconhecidas, havemos de, a seu tempo receber, reconhecer e  agradecer - mas tanto!

Maria é Mãe! De Jesus e nossa Mãe - Salvé Regina!





12.5.16

A caminho de Fátima

Peregrinos
 
Este ano tem sido mais difícil: sob chuvas torrenciais, trovões, lamaçais, vento, frio e tudo o mais.
O caminho faz-se, unicamente pela via da fé e do amor a Jesus e Sua Mãe Santíssima que por todos nós vela.
 
De terço na mão, recitado com devoção. Maria é Mãe! Cuida de seus filhos, e esses, a Si se confiam!
 
 
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, que recorremos a Vós!
 
Dizem que somos loucos, sim, e têm razão: pelo amor de Deus e a esta devoção a Sua Mãe que a Ele nos confia!
 
Mergulhados em lama caminhamos, seguimos, sequiosos de um verdadeiro abraço de Mãe. Mãe de Jesus e nossa Mãe. Tão amorosa para connosco...
 
Salvé  Rainha,
Mãe de Misericórdia
Vida , doçura e esperança nossa.
A Vós bradamos, os degredados filhos Eva,
A vós nos confiamos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Eia pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro nos mostrai Jesus, bendito fruto do vosso ventre.
Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amen!

Salve Regina, Mater misericordiae, vita, dulcedo, et spes nostra salve.
 Ad te clamamus, exsules filii Hevae;
 Ad te suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle.
 Eia ergo, advocata nostra illos tuos misericordes oculos ad nos converte.
 Et Jesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exilium ostende.
 O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

 Ora pro nobis, sancta Dei Genitrix.
 Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
Amen.
 
Prosseguimos, caminhamos e finalmente chegamos prontos para este abraço -  de Comunhão e de Fé. A Jesus, Maria e São José! Deus é Pai - Todo Amor - que nos acolhe e perdoa...
 
E nos abençoa, ámen!
 
 
 
 

11.5.16

Espírito Santo

«Ele guiar-vos-á para a verdade total...
Ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito»
(Jo, 13:14)

Vinde, Espírito Santo, terníssimo Consolador.
Minha alma suspira por Vós, meu coração tem sede de Vós.
Só Vós podeis saciar os meus anseios, só Vós podeis fazer-me feliz.
Divino Esposo, não rejeiteis a morada de meu pobre coração. Sim,
 Meu coração é impuro,
 Mas podeis purificá-lo.
 Meu coração é tenebroso,
 Mas podeis iluminá-lo.
 Meu coração é mau,
 Mas podeis saciá-lo de amor.
 Meu coração é triste,
 Mas podeis consolá-lo.
 Meu coração é fraco,
 Mas podeis fortalecê-lo.
 Meu coração é frio,
 Mas podeis abrasá-lo.
 Meu coração é terreno,
 Mas podeis enchê-lo de desejos celestiais.
 Meu coração é pecador,
 Mas podeis orná-lo de todas as virtudes.
 Meu coração é inconstante,
 Mas podeis torná-lo perseverante.
Vinde, pois, ó Espírito Santo, Pai dos pobres,
vinde, inundai-me de Vosso amor.
Ámen.

Beato Bártolo Longo

Vale a pena conhecer a história da sua conversão.

Numa manhã de outubro de 1872, um homem ainda jovem, profundamente preocupado, passeia pelos arredores de Pompéia. Nada lhe importam as históricas ruínas da cidade sepultada pela erupção do Vesúvio no ano de 79. Uma dúvida o atormenta: "Depois de uma vida péssima, arrependi-me e encetei o caminho da conversão. Mas... conseguirei salvar minha alma?"
Em determinado momento, uma voz interior lhe fala no fundo da alma: "Se queres salvar-te, propague a devoção do Rosário. É uma promessa da Virgem Maria".
Num sobressalto de júbilo, ele levanta o rosto e as mãos para o Céu e brada: "Ó Maria, se é verdade que prometeste a São Domingos que quem difunde o Rosário se salva, eu me salvarei, porque não sairei desta terra de Pompéia sem ter aqui propagado essa santa devoção".
Nesse instante soa o velho sino da igreja próxima, para o Ângelus de meio dia. O homem ajoelha-se, reza e chora.
 
Chora de alegria, pois compreende que a Rainha dos Apóstolos acabava de lhe dar uma grande missão...
 
No coração de Bártolo Longo estava plantada a semente do futuro Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, centro internacional de irradiação dessa devoção mariana, e sede de várias obras de beneficência e de formação da juventude.
 
 

7.5.16

Bilhetes do Céu (6) - Adoremos

A D O R E M O S
 
 
 
 
Santo Agostinho - Eucaristia
 

Oremos!

Orar não é fácil

Na minha opinião, uma coisa que prejudica e desorienta as almas é dizer-se que é fácil rezar, tão fácil como conversar com o pai, a mãe, ou com um amigo. Compreendo que seja fácil fazer uma oração vocal, umas petições comunitárias, umas jaculatórias ou uma comunicação superficial com Deus.
Mas aprofundar os imperscrutáveis mistérios de Deus, acostumar e habilitar as faculdades psicológicas ao crescimento da graça, condicionando esse crescimento aos vaivéns da estrutura humana, continuar a avançar pelas encostas  obscuras e  fatigantes das exigências de Deus para a união transformadora... Esse processo é de enervante lentidão e dificuldade. Entre as acções humanas, o avançar a fundo na vida com Deus é a operação mais complexa e difícil.
(...) Seja como for, com pouca oração, sem perseverança nem disciplina, não podemos esperar uma forte experiência de Deus, nem tampouco uma transformação da vida nem, portanto, profetas que resplandeçam.

* * *
Orar é uma arte


Embora rezar seja fundamentalmente obra da graça, é também uma arte; e como arte está sujeita, a nível psicológico, a normas de aprendizagem como qualquer actividade humana. Rezar bem exige, pois, método, ordem e disciplina. Numa palavra técnica.

Compreendo que para uma simples camponesa, sem necessidade alguma, Deus, por meio de graças infusas e gratuidades extraordinárias, pode desvendar insondáveis panoramas do mistério do Seu Ser e do Seu Amor. Mas essas graças não se merecem nem se conseguem à força. Recebem-se independentemente de todo o cálculo e lógica porque são gratuitidade absoluta.

A técnica sem a graça, não conseguirá nenhum resultado. Mas, em sentido inverso, observei muitas vezes, com um simples olhar, que «fortes apelos», almas dotadas de alta potência, ficaram nas primeiras rampas da vida com Deus, por falta de esforço ou disciplina, quando na realidade tinham «recebido» asas e motores para ascensões extraordinárias.

Pensemos quantos anos são precisos, quantas energias e pedagogias para qualquer formação humana: um pintor, um compositor, um profissional técnico. Se rezar, entre outras coisas, é uma arte, não sonhemos alcançar um alto estado de vida com Deus sem energia, ordem e método.

(...) Deus submete-nos às leis evolutivas da vida, tal como no caso do grão de mostarda: é uma semente insignificante quase invisível. Semeada, passam dias e semanas, e parece que  nada vai acontecer. Entretanto, ao fim de certo tempo, começa a surgir algo como o projecto de uma planta que quase não se vê. Passados meses, cresce, cresce até que se torna um espesso arbusto, lança ramos e vêm pássaros fazer nele os seus ninhos (Mc. 4, 30-33).

Este processo lento e evolutivo é válido para toda a vida, para o crescimento na oração, na vida fraterna, para plasmar na nossa vida a Imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo.

IGNACIO LARRANÃGA
oração - 1

5.5.16

Bilhetes do Céu (5)

 
São João Crisóstomo  - Eucaristia

Este é o grande momento da fé.


O crente «adulto» não tem a preocupação de «meter» Deus na claridade  duma indução aristotélica. Sabe perfeitamente que o Deus da fé, embora «demonstrável» com certeza absoluta, continuará a ser um mistério distante, de que a nossa inteligência jamais poderá «apoderar-se» enquanto formos vivos.
Que faz? O «adulto» na fé supera todas as distâncias e limitações inerentes à fé, saindo de si mesmo; desprende-se de todos os artimos intelectuais que o raciocínio lhe proporciona e dá o grande salto no vazio, em plena noite escura, abandonando-se ao absolutamente Outro. É um salto no vazio porque o crente abandona as «razões» e deixa-se cair nesse abismo profundo que é o mistério.

 * * *

Este é o grande momento da fé.

É este o acto radical onde vai buscar todo o seu mérito e valor transformante.  Só tem valor a crença na luz quando se vive na noite.

Eu creio que que por trás deste silêncio respiras Tu.
Eu creio que por trás desta escuridão brilha o teu Rosto.

Ainda que tudo me saia mal, ainda que chovam os infortúnios, eu creio que me amas.
Ainda que tudo pareça fatalidade, mesmo que nos pareça que o absurdo do mundo, mesmo diante do espectáculo de homens a odiar e de crianças a chorar, mesmo ao ver que reina a tristeza e que mataram a pomba da paz, nem que me atormente a vontade de morrer..., eu creio, eu entrego-me a Ti. Sem Ti, que sentido teria esta vida? Tu és a vida eterna.

Esta é a fé que transporta montanhas e dá aos crentes uma consistência indestrutível. Com este "salto" se compreende que o acto de fé  seja obséquio. Sem dúvida que a fé, da parte de Deus, é dom, o primeiro dom. Mas, segundo me parece, da parte do crente há um belo e fundamental  acto de gratuitidade. É gratuito da parte do homem porque, para dar essa adesão vital, o crente não dispõe de motivos empíricos nem de razões aquietantes.
Em plena obscuridade, lança-se nos braços do Pai, a quem não vê, sem ter outro motivo nem outra segurança  que não seja a Sua Palavra. Há muita gratuitidade (e mérito) , da parte do homem, no acto de fé. E, repetimos, é o máximo acto de amor.
De tudo o que fica dito se depreende claramente que a fé, adulta não é principalmente adesão intelectual às verdades, doutrinas, dogmas, mas sim uma adesão vital e comprometedora duma Pessoa. Trata-se de assumir uma Pessoa e, ao assumi-la, assume-se também toda a Sua Palavra que condiciona e transforma a vida do crente.

«Fé significa não apenas ter algo por verdadeiro, nem é mera confiança.
Crer significa dizer amen a Deus, confiar e basear-se nele. Crer significa deixar Deus ser totalmente Deus, ou seja, reconhecê-Lo como a única razão e sentido da vida.
A fé, é pois, o existir na receptividade e na obediência.»  -
[walter kasper]
 
 
IGNACIO LARRANÃGA

4.5.16

A procura do invisível

A PROCURA DO INVISÍVEL
 
A pergunta é feita de uma procura. O homem procura Deus. O jovem compreende, no mais profundo de si próprio, que tal procura é a lei interior da sua existência. O ser  humano procura a sua vida no mundo visível e, através do mundo visível, procura o invisível ao longo da sua viagem espiritual. Cada um de nós tem a sua história pessoal e tem dentro de si o desejo de ver Deus, um desejo que se sente no momento exacto em que se descobre o mundo criado. Este mundo é maravilhoso e rico, desdobra perante a humanidade as suas inúmeras riquezas, seduz, atrai tanto a razão como a vontade. Mas, no fim de contas, não enche o espírito. O homem apercebe-se  de que este mundo, na diversidade das suas riquezas, é superficial e precário; num certo sentido, está destinado à morte.
 
PERGUNTAS PROFUNDAS
 
Hoje tomamos ainda mais consciência da fragilidade da nossa terra, com demasiada frequência degradada pela própria mão do homem a quem o Criador a confiou.

Quanto a esse mesmo homem, vem ao mundo, nasce do ventre materno, cresce e amadurece; descobre a sua vocação e desenvolve a sua personalidade no decurso dos anos de actividade, depois aproxima-se o momento em que tem de deixar este mundo. Quanto mais longa é a sua vida, mais o homem se apercebe da sua própria precaridade, e mais se põe a questão da imortalidade: o que há para além da fronteira da morte? Então, no silêncio do ser, surge a pergunta feita Àquele que venceu a morte:

«Mestre, onde moras?» Mestre, Tu que amas e respeitas a pessoa humana, Tu que partilhaste o sofrimento com o homem, Tu esclareces o mistério da existência humana, fazes descobrir o verdadeiro sentido da nossa vida e da nossa vocação!
 
A RESPOSTA DA IGREJA
 
«Mestre, onde moras?»
 
A Igreja responde todos os dias: Cristo está presente na Eucaristia, o sacramento da sua morte e ressurreição. Nela e através dela, conhecereis a morada de Deus vivo na história do homem. Porque a Eucaristia é o sacramento do amor que vence a morte; é o sacramento da Aliança, uma pura dádiva de amor para a reconciliação dos homens; é a dádiva da presença real de Jesus, o Redentor, no pão que é o seu Sangue derramado por todos. Através da Eucaristia, incessantemente renovada em todos os povos do mundo, Cristo constitui  a sua Igreja; uni-vos nos louvores e nas acções de graças pela salvação, na comunhão que apenas o amor infinito pode selar. A nossa  reunião mundial ganha, assim, todo o seu significado, através da celebração da Missa. Jovens, meus amigos, que a vossa presença seja uma verdadeira adesão de fé! Eis que Cristo responde à vossa pergunta e, ao mesmo tempo, às perguntas de todos os homens que rodeiam o Deus vivo. Responde com o seu convite: este é o meu Corpo, comei todos. E confia ao Pai o desejo supremo nessa mesma comunhão de todos aqueles que ama.
 
São João Paulo II
 
 

3.5.16

Santos do dia: Filipe e Tiago

 
REDAÇÃO CENTRAL, 03 Mai. 16 / 07:30 am (ACI).- A Igreja recorda neste dia 3 de maio os santos apóstolos Filipe e Tiago, que morreram como mártires por causa de sua fé em Cristo.
São Filipe nasceu em Betsaida e foi discípulo de São João Batista. Foi um dos primeiros apóstolos chamados por Jesus. Foi ele quem perguntou a Jesus sobre a distribuição dos pães: “Como vamos dar de comer a tanta gente?” (Jo 6,5-7) e também foi a ele que recorreram os pagãos que queriam conhecer o Senhor. (Jo 12 20-22). Além disso, Filipe pediu a Cristo na Última Ceia: “mostra-nos o Pai” (Jo 14,8-11).
Além disso, Filipe foi também quem pediu permissão a Jesus para ir enterrar seu pai. “Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos” (Mt 8,22), respondeu-lhe o Senhor.

Depois da ascensão, Filipe recebeu o Espírito Santo em Pentecostes, junto com os outros apóstolos e a Virgem Maria. Mais tarde, ele foi evangelizar a região da Frígia, atual Turquia, Hungria, Ucrânia e Rússia oriental.
São Filipe foi martirizado e morreu crucificado e apedrejado em Hierápolis. No século VI, as relíquias do apóstolo foram levadas para Roma e colocadas na Basílica dos Doze Apóstolos. O Martirológio da Idade Média celebrava sua festa no dia 1º de maio, mas a data foi alterada para 03 de maio.
São Tiago é chamado de “filho de Alfeu” e também é conhecido como “o primo do Senhor”, porque sua mãe era parente da Virgem. A ele é creditada a autoria da primeira epístola católica. Um de seus mais profundos e famosos provérbios é: “A fé sem obras é morta”.
Também se encontra nos Atos dos Apóstolos referências ao apóstolo assinalando que era muito querido pela Igreja de Jerusalém e que o chamavam “o bispo de Jerusalém”. São Paulo o considera em sua carta aos Gálatas, junto com São Pedro e São João, um dos principais pilares da Igreja. Além disso, o apóstolo dos gentios diz que depois de sua conversão foi visitar Pedro, mas não encontrou nenhum discípulo a não ser São Tiago. Inclusive na última visita de São Paulo a Jerusalém, este foi direto para a casa de São Tiago, onde se reuniu com todos os líderes da Igreja de Jerusalém. (At 21,15).
Nos registros históricos da época, São Tiago é chamado “O Santo”. Os fiéis asseguravam que ele nunca tinha cometido um pecado grave, não bebia nem comia carne. O apóstolo passava muito tempo orando e, por isso, teve calos nos joelhos.
Em suas orações, pedia perdão a Deus pelos pecados do seu povo. Por essa razão, as pessoas o chamavam “O que intercede pelo povo”. Essas ações comoveram muitos judeus que, pelo exemplo de São Tiago, se converteram.
O êxito da sua evangelização provocou indignação entre os fariseus e os escribas. Portanto, em um dia de festa, o sumo sacerdote Anás II, aproveitando a multidão, disse: “Nós rogamos que já que o povo sente por ti grande admiração, apresente-se diante da multidão e lhes diga que Jesus não é o Messias ou redentor”. Frente a esse pedido, São Tiago respondeu: “Jesus é o enviado de Deus para a salvação dos que querem se salvar. E um dia o veremos sobre as nuvens, sentado à direita de Deus”.
Os sumos sacerdotes se enfureceram com essa resposta, pois temiam que todos os judeus a se convertessem ao cristianismo. Então, tomaram São Tiago, levaram-no para a parte mais alta do templo para precipitá-lo lá de cima. De joelhos enquanto rezava: “Deus Pai, eu te rogo que os perdoe, porque não sabem o que fazem”.
 
 
S. Filipe e S. Tiago, rogai por nós.

1.5.16

Preparando-me uma vez mais, para seguir em grupo até Fátima.

Já tão pouco falta para dia 13! Nunca é fácil. Surgem repentinamente, do nada, obstáculos a ultrapassar. Muitas e lindíssimas histórias a contar. Experiências únicas para nunca mais esquecer.
 
Depois, durante o ano, é então aqui que muitas vezes me ligo também para a oração do terço.

 
 
Capelinha das aparições - Fátima
 
Maria, Mãe de Jesus, abençoa todos os peregrinos que já vão a caminho, chegando. Chama-nos, esperai por nós que recorremos (alegremente) a Vós!
 
PÁGINA OFICIAL
Santuário de Fátima
http://www.fatima.pt/pt/pages/transmissoes-online
 
 

Rezai o Terço todos os dias

 
 
A 13 de Outubro de 1917, era já imensa a multidão que acorrera à Cova da Iria: entre 50 a 70 mil pessoas.
A maior parte de toda essa gente, havia chegado de véspera e ali passara a noite.
Chovia torrencialmente e o solo transformara-se num imenso lodaçal. A multidão rezava o Terço, quando, à hora habitual, Nossa Senhora apareceu sobre a azinheira:
 
- Que é que Vossemecê nos quer?
- Quero dizer-vos que façam aqui uma capela em minha honra; que sou a Senhora do Rosário; que continuem a rezar sempre o Terço todos os dias.
A guerra vai acabar, e os militares voltarão em breve para suas casas.
Eu tinha muitas coisas para lhe pedir: se curava uns doentes, se convertia uns pecadores...
- Uns sim, outros não. É preciso que se emendem; que peçam perdão dos seus pecados. Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido.
 
Nesse momento, a Senhora abriu as mãos e fez com que elas se reflectissem no Sol, e começou a elevar-se, desaparecendo no firmamento. Mas, enquanto se elevava, o reflexo da sua própria luz projectava-se no Sol. Então, os Pastorinhos viram, ao lado do Sol, o Menino Jesus com São José e Nossa Senhora.
São José e o Menino traçavam. com a mão, gestos em forma de cruz, a abençoarem o Mundo. Após essa visão, os Pastorinhos viram Nosso Senhor a caminho do Calvário e Nossa Senhora das Dores.
Ainda uma vez mais, Jesus traçou com a mão o sinal da Cruz, voltando a abençoar a multidão.
Por fim, apareceu Nossa Senhora do Carmo com o Menino Jesus ao colo, com aspecto soberano e glorioso.
E estas três visões do Céu, recordam e assim simbolizaram os Mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos do Santo Rosário.
 
6ª Aparição