20.9.16

Essência e caminho do ágape

 
 
O amor «sobrenatural» vem, como qualquer amor, dum sim que me é dado. Mas este sim provém agora dum tu maior que o sim humano. É o sim de Deus que penetra na minha vida mediante o sim de Jesus Cristo, proferido por nós na Sua encarnação, na Sua Cruz e na Sua ressurreição, por nós que estávamos afastados do sim de Deus. O «ágape» pressupõe, portanto, que o amor crucificado do Senhor se tenha tornado perceptível para mim, me tenha alcançado mediante a fé. Isto parece difícil no sentido humano-psicológico; aqui tocamos o famoso problema da  «actualização». Como pode a cruz do Senhor chegar da história a mim, de maneira a fazer-me experimentar aquilo que Pascal percebeu vivamente na sua meditação sobre o Senhor no Jardim das Oliveiras (esta gota se sangue verti-a por ti)? A «actualização» é possível porque o Senhor vive ainda hoje nos seus santos e porque através do amor proveniente através da fé deles pode atingir-me imediatamente.
 
Recordemos aqui o que foi dito no capítulo sobre a fé acerca do nosso caminho duma fé em «segunda mão» a uma fé em «primeira mão»: Em cada encontro com o amor dos «santos», daqueles que realmente crêem e amam, eu encontro sempre mais que este determinado homem, eu encontro o Novo que somente por meio do outro, por meio d'Ele, podia formar-se neles, e assim abre-se também em mim a via para a imediatez com Ele.
 
Mas isto é apenas o primeiro passo. Se este sim do Senhor penetra realmente em mim de modo a gerar de novo a minha alma, então o meu eu fica impregnado d'Ele, conotado pela participação n'Ele. «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.»
Então realiza-se o mistério do Corpo de Cristo, como por exemplo expôs São João de Eudes no seu tratado sobre o Coração de Jesus: «Peço-te que penses que Jesus é a tua verdadeira cabeça e que tu és um dos Seus membros. Ele é para ti o que a cabeça é para os seus membros; tudo o que é Seu é teu, espírito, coração, corpo, alma, todas as capacidades. Podes usá-las como sendo tuas (...). Mas tu és para Ele como um membro, pelo que Ele deseja intensamente empregar cada capacidade tua como sendo d´Ele...(...)
 
No encontro com Cristo instaura-se, como diria a teologia, «uma comunicação de idiomas», uma troca interna recíproca no grande Eu novo em que a transformação da fé me introduz. Então o outro deixa de ser um estrangeiro para mim, também ele é um membro. Cristo quer usar as minhas capacidades por ele, mesmo quando não está presente uma atracção humana-natural. Ora eu posso transferir para ele o sim de Cristo que me vivifica, como sim meu pessoal e contudo dele, mesmo e precisamente quando não existe simpatia natural. Em vez das simpatias e das antipatias pessoais privadas, entrou a simpatia de Cristo, o seu sofrer e amar connosco. Desta simpatia de Cristo a mim participada, que se torna minha na vida da fé, eu posso transmitir uma simpatia, um sim maior que o meu próprio sim, que faz sentir ao outro aquele profundo sim único que dá sentido e consistência a todo o sim humano.
 
Infelizmente não é possível aqui ver mais de perto a modalidade humana deste ágape. Ela exige iniciação, paciência e também a previsão das contínuas recaídas. Ela pressupõe que na vida da fé eu chegue ao intercâmbio interno do meu eu com Cristo, de modo que o Seu sim penetre realmente em mim e se torne meu. Ela pressupõe também exercício para a coragem concreta deste simm que vem d'Ele e passa para o outro, e pelo qual precisa de mim, pois somente com esta coragem, inicialmente não habitual e um pouco difícil, aumenta a força e se reconhece cada vez melhor o evento pascal. Esta cruz que me atravessa («Auto negação») conduz a uma alegria íntima, à «ressurreição». Quanto mais tiver a coragem de me perder a mim mesmo mais experimento que precisamente assim me encontro. Desse modo, mediante o encontro com Jesus, cresce para mim um novo realismo, que me reforça no meu agir como seu membro. Assim como existe um circulus vitiosus, um aprisionamento no negativo, quando um não condiciona outro e nos extravia cada vez mais, também existe um círculus salutis, um anel da salvação, em que um sim gera outro. Nesse caso é importante garantir a justa relação entre natureza e graça. Um ágape que não seja ao mesmo tempo trazido e afirmado pela minha própria «natureza», que queira rejeitar e combater o eu, torna-se bruto e inflexível. Ele assusta o outro e nutre a fractura íntima em mim próprio.
 
A exigência da cruz é totalmente diferente. Atinge maior profundidade, exige que eu ponha o meu eu nas mãos de Jesus, não para que o destrua, mas para que n'Ele se torne livre e aberto. O sim de Jesus Cristo que eu transmito só é realmente Seu quando se torna inteiramente meu. Assim, a esta via pertence muita paciência e humildade, tal como o Senhor tem paciência connosco. Não é o salto mortal para o heroísmo que torna santo o homem, mas o humilde e paciente caminho na companhia de Jesus, passo a passo. A santidade não consiste em aventureiros actos de virtude mas em amar com Ele. Por isso os verdadeiros santos são pessoas em tudo humanas e naturais, são aqueles em que o humano, mediante a transformação e a purificação pascais, vem à luz com toda a sua beleza original.
 
 
[Trechos — in: Olhar para Cristo — Papa Bento XVI]

19.9.16

São João Eudes

S. João Eudes
 
Do Tratado de São João Eudes, presbítero,
sobre o admirável Coração de Jesus

Rogo-te que penses em Nosso Senhor Jesus Cristo como tua verdadeira Cabeça e em ti como um dos seus membros. Ele é para ti como a cabeça para os membros.
Tudo o que é d’Ele é teu: o seu espírito, o seu coração, o seu corpo, a sua alma e todas as suas faculdades. Deves usar de todas elas como se fossem realmente tuas, para servir, louvar, amar e glorificar a Deus. Tu és para Ele como um membro em relação à cabeça; e por isso também Ele deseja ardentemente servir Se de todas as tuas faculdades como se fossem suas, para servir e glorificar o Pai.
 
Cristo não somente é para ti, mas quer também estar em ti, viver e dominar em ti, como a cabeça vive e reina nos seus membros. Quer que tudo quanto n’Ele existe viva e domine em ti: o seu espírito no teu espírito, o seu coração no teu coração, todas as faculdades da sua alma nas faculdades da tua alma, de modo que se realizem em ti aquelas palavras: Glorificai e trazei a Deus no vosso corpo, e a vida de Jesus se manifeste em vós.
E tu não somente és para o Filho de Deus, mas deves estar n’Ele tal como os membros estão na cabeça. Tudo quanto há em ti deve ser inserido n’Ele e d’Ele deves receber a vida e por Ele ser governado. Fora d’Ele não encontrarás a vida verdadeira, porque Ele é a única fonte de vida verdadeira; fora d’Ele não encontrarás senão morte e perdição.
 
Seja Ele o único princípio dos teus movimentos, acções e energias da tua vida; deves viver d’Ele e por amor d’Ele, para que em ti se cumpram estas palavras: Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo; se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor. Portanto, quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor. De facto, Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.
Tu és, por conseguinte, uma só coisa com Jesus, como os membros são uma só coisa com a cabeça; e por isso deves ter com Ele um só espírito, uma só alma, uma só vida, uma só vontade, um só pensamento, um só coração. E Ele deve ser o teu espírito, o teu coração, o teu amor, a tua vida, enfim, deve ser tudo para ti. Todas estas grandezas do cristão têm a sua origem no Baptismo, crescem e robustecem se pela Confirmação e pelo bom exercício das outras graças que Deus lhe comunica e que têm o seu mais perfeito complemento na sagrada Eucaristia.

 
de-Jesus-19-Ago-10

18.9.16

Bom e Santo Domingo!

 
 
Na Santa Missa
 
Diz a Nosso Senhor que, daqui em diante, cada vez que assistires à Santa Missa, e receberes o Sacramento Eucarístico, fá-lo-ás com uma fé grande, com um amor que queime, como se fosse a última vez da tua vida. E tem dor pelas tuas negligências passadas.
 
Quando O receberes, diz-lhe: - Senhor, espero em Ti; adoro-Te, amo-Te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas.

 
 
 
[São José Josemaria Escrivá -Forja, 832]
 

Sim, creio!

 
 
Professemos a nossa Fé:
 
 
Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso:
 
 
"Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura" (Mc 16,15). "Ide, pois, e ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo o que vos mandei" (Mt 28,19-20).
 
Eis a missão que Jesus confiou aos seus apóstolos. A mesma que os apóstolos transmitiram aos seus seguidores: a missão da Igreja, hoje. A Igreja testemunha e anuncia para que todos possam crer e esperar; viver e amar como Jesus acreditou e esperou, viveu e amou. Ela guarda a tradição sagrada e protege-a da falsificação e do erro.
 
A profissão de fé nasceu na Igreja como recapitulação válida da mensagem transmitida pelos apóstolos. Todos aqueles que, por ocasião do seu Baptismo, são interrogados sobre a sua fé, confessam com as mesmas palavras a sua pertença a Deus Pai, a Jesus Cristo, seu Filho e ao Espírito Santo.

A profissão de fé (Credo) de todos os cristãos começa pela palavra "Eu". Porque no seio da comunidade, cada pessoa tem a sua própria história com Deus. Ninguém pode dizer "eu" pelo outro.
Quem diz "sim" a Deus deve saber a que se compromete. Por isso, é importante que cada cristão aprenda a conhecer e a compreender o texto fundamental da sua fé.
 
Rezemos, hoje e sempre, juntos:

Creio em um só Deus
 Pai todo-poderoso,
 criador do céu e da terra
 de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
 Filho Unigênito de Deus,
 nascido do Pai antes de todos os séculos;
 Deus de Deus,
 Luz da Luz,
 Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
 gerado, não criado,
 consubstancial ao Pai.
Por ele todas as coisas foram feitas.
 E por nós, homens, e para nossa
 salvação, desceu dos céus
 e se encarnou pelo Espírito Santo,
 no seio da Virgem Maria,
 e se fez homem.
 Também por nós foi crucificado sob
 Pôncio Pilatos;
 padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
 conforme as Escrituras,
 e subiu aos céus,
 onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
 para julgar os vivos e os mortos;
 e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo,
 Senhor que dá a vida,
 e procede do Pai e do Filho;
 e com o Pai e o Filho
 é adorado e glorificado:
 Ele falou pelos profetas.
Creio na Igreja,
 una, santa, católica e apostólica.
 Professo um só baptismo
 para a remissão dos pecados.
 E espero a ressurreição dos mortos
 e vida do mundo que há de vir.
 Ámen.

14.9.16

Exaltação da Santa Cruz

 
 
Vitória! Tu reinarás!
Ó cruz, tu nos salvarás!
 
Nós vamos à cidade e lá eu irei sofrer.
Serei crucificado mais hei de reviver!
 
Vocês não são do mundo, do mundo os escolhi
Se o mundo os odeia, primeiro odiou a mim
 
Vitória! Tu reinarás!
Ó cruz, tu nos salvarás!
 
Vocês vão ter no mundo, tristezas e aflição
Mas eu venci o mundo coragem e vencerão.
 
Se o grão que cai da terra, não morre fica só
Se morre germina e cresce, seu fruto será maior
 
Pois era necessário um só sofrer por todos
E assim os separados formarem num só povo
 
Brilhante sobre o mundo, que vive sem tua luz,
Tu és um sol fecundo de amor e de paz, ó cruz!
 
Aumenta a confiança do pobre e do pecador,
Confirma nossa esperança na marcha para o senhor.
 
À sombra dos teus braços a igreja viverá.
Por ti no eterno abraço o pai nos acolherá.
 
Vitória! Tu reinarás!
Ó cruz, tu nos salvarás!

Mais Oração

 
 
O Amor não consiste no gozo que a alma pode experimentar, mas na firme decisão da vontade em se dar inteiramente a Deus. Isto opera-o o Senhor, que infunde como quer, isto é, pode infundir o amor «deixando seca a vontade», ou então inflamando-a com suave ardor. Todavia o que nos deve interessar não é gozar do amor, mas progredir nele rapidamente, pois só o amor é a força que nos pode unir a Deus.
 
Tratando deste assunto, S. João da Cruz precisa: "o amor é a inclinação da alma e a força e a virtude que ela tem para ir a Deus"... e assim, quantos mais graus de amor tiver, tanto mais profundamente entra em Deus e se concentra nEle.
 
Como a pedra ao cair é atraída para o centro da terra pela força da gravidade, assim a alma é atraída para Deus pela força do amor. Quanto mais forte for este amor, tanto mais poderoso será para a arrastar toda para Deus e para a unir inteiramente a Ele: «O amor mais forte é o mais unitivo».
 
Poderá, portanto, a alma sinceramente desejosa de se unir a Deus, deixar de se aplicar com todas as suas forças a crescer no amor?
 
Senhor,
 
Onde é que te escondeste,
Amado, e me deixaste com gemido?
Como o cervo fugiste,
Havendo‑me ferido;
Saí, por ti clamando, e eras já ido.
 
 
[Oração, S. João da Cruz - Poemas - ID - Ed Carmelo]

12.9.16

Acto de Contrição perfeito

 

 
 
Acto de amor perfeito e contrição perfeita,
 atribuído a São Francisco Xavier
 
Não me move meu Deus, para querer-te,
O Céu que me tens prometido,
Nem me move o inferno, tão temido,
Para deixar por isso de ofender-te.
 
Tu me moves, Deus meu, move-me o ver-te
 Cravado em uma cruz, escarnecido;
 Move-me o ver teu Corpo tão ferido,
 Movem-me tuas afrontas e tua morte;
 
 Move-me, enfim, teu amor e de tal maneira 
 Que, ainda que não houvesse Céu, te amaria, 
E, ainda que não houvesse inferno, te temeria.
 
 Nada tens que dar-me porque te quero;
 Porque, se não esperasse o que espero,
Te queria o mesmo que te quero.
 
 

Segredo de santidade

 
 
«Eu vou revelar-vos um segredo de santidade e de felicidade. Se todos os dias, durante cinco minutos, souberdes fazer calar a vossa imaginação, fechar os vossos olhos às coisas sensíveis e os vossos ouvidos a todo o ruído da Terra para entrardes em vós mesmos e, no santuário da vossa alma baptizada, que é o Templo do Espírito Santo, falar a este Divino Espírito dizendo-Lhe:
 
- Ó Espírito Santo, alma da minha alma, eu Vos adoro, esclarecei-me, guiai-me, fortificai-me, aconselhai-me, dizei-me o que eu devo fazer, dai-me as vossas ordens, eu prometo submeter-me a tudo o que o que desejardes de mim e aceitar tudo o que permitirdes que me aconteça, fazei-me conhecer somente a Vossa vontade!
 
Se vós fizerdes isto, a vossa vida correrá feliz, serena e consolada, mesmo no meio das penas, porque a graça será proporcionada à prova, dando-vos forças para as levardes e chegardes às portas do Paraíso carregados de merecimentos. Esta submissão ao Espírito Santo é o segredo da santidade».

 
 
[Espírito Santo, Cardeal Mercier]
 
 

8.9.16

Natividade de Nossa Senhora



"Exultemos de alegria no Senhor, ao celebrar o nascimento da Virgem Santa Maria, da qual nasceu o sol da justiça, Cristo nosso Deus.".


Em:http://pt.josemariaescriva.info/artigo/a-natividade-de-nossa-senhora

Santa Madre Teresa de Calcutá

 
 
Memorare
 
Santa Madre Teresa criou uma maneira de invocar a intercessão da Virgem Maria que ela denominou de "Novena de emergência". Diante dos diversos problemas que tinha que enfrentar diariamente, dentro de um ritmo de vida acelerado que ela era obrigada a levar, recorria a sua novena de emergência (Flying Novena).
 
Era sua "arma espiritual rápida".
 
O ‘Memorare' é uma oração de intercessão feita à Santíssima Virgem e cuja a criação é atribuída a São Bernardo de Claraval. Madre Teresa a rezava com frequência.
Esta "Novena de emergência" tinha algo em comum com as novenas comuns, de nove dias, de nove
meses: a confiança na aceitação da intercessão, como também fizeram os apóstolos durante nove dias
juntos com "Maria, a Mãe de Jesus, e as mulheres" (Atos dos apóstolos 1,14) à espera da ajuda
prometida pelo Espírito Santo.
 
Ela rezava o Memorare constantemente. Para pedir pela cura de um menino doente, antes de conversas importantes, quando os passaportes desapareciam, para solicitar a ajuda celestial quando as provisões acabavam etc. E a Santa ensinava que o Memorare "expressa de maneira efetiva sua confiança no poder da intercessão de Maria como mediadora de todas as graças", diz o postulador da causa de canonização de Madre Teresa.
Segundo ele, "Flui do amor e da confiança que tinha em Maria; era uma forma simples de apresentar
seus pedidos. A resposta rápida que recebia era sua inspiração para recorrer à Mãe do Céu cada vez com maior confiança através das palavras desta oração".
 
A oração do "memorare" ou "lembrai-vos" está transcrita abaixo:
 
"Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenham
recorrido à vossa proteção, implorado o vosso socorro, fosse por vós desamparado.
Animado eu pois com igual confiança, a vós recorro como minha Mãe, ó Virgem entre todas singular, e de vós me valho. Gemendo sob o peso dos meus pecados me prostro a vossos pés.
Não rejeiteis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus Humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de alcançar-me o que vos rogo. Amém".
 
 
[Santa Madre Teresa de Calcutá, Oração]

Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/81884-
Pequenos-fatos-de-uma-Santa-recente#ixzz4Jc2Ovn5m
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.

7.9.16

Da Bíblia Sagrada

Cartas de S. Pedro
Exortação à Santidade
 
Por isso, de ânimo preparado para servir e vivendo com sobriedade, ponde a vossa esperança na dádiva que vos vai ser concedida com a manifestação de Jesus Cristo. 14Como filhos obedientes, não vos conformeis com os antigos desejos do tempo da vossa ignorância; 15mas, assim como é santo aquele que vos chamou, sede santos, vós também, em todo o vosso proceder, 16conforme diz a Escritura:
 
Sede santos, porque Eu sou santo.
 
17E, se invocais como Pai aquele que, sem parcialidade, julga cada um consoante as suas obras, comportai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação; 18sabendo que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de bens corruptíveis, prata ou ouro, 19mas pelo sangue precioso de Cristo, qual cordeiro sem defeito nem mancha, 20predestinado já antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por causa de vós; 21vós, que por meio dele tendes a fé em Deus, que o ressuscitou dos mortos e o glorificou, a fim de que a vossa fé e a vossa esperança estejam postas em Deus.  (1Pe, 13-2,10)
 
 
[Bíblia, São Pedro, Santidade]

Oração e "tempo"

 
Rezo a Maria, o terço ou a Jesus?
 
Maria nunca abandona aqueles que se voltam para Ela na oração. Assim a oração contínua e aconselhada por Jesus no Evangelho não é uma actividade espiritual entre as outras, ela está intimamente ligada ao desejo de fazer a vontade de Deus: é uma questão de vida ou de morte. Sem a oração, é impossível a humildade, a castidade, a pobreza e o espírito de infância. Se orares, resistirás na provação e na tentação, mas se não perseverares, não desejarás o Pai e não te empenharás em fazer a Sua vontade.

Se investires assim na oração a Maria, seja por meio do terço, pela oração do coração ou pela invocação, chegarás a perguntar a ti mesmo se não passarás demasiado tempo a orar à Virgem. (…) É preciso saber repartir o tempo: se num momento oras a Maria, em seguida rezarás ao Senhor Jesus e ao Pai. É preciso saber medir, no sentido de limitar o lugar concedido a Maria, como se tivesses que gerir o teu orçamento-tempo para não passares nele «demasiado tempo». Este é o esquema da repartição que se pode pôr muitas vezes aos homens de oração. Mas, de facto, é um falso problema que não deve ser considerado ao nível de tempo, mas na unidade da tua vida de oração.

A pouco e pouco, irás compreender melhor a unidade da vida mariana: não há dois tempos: um tempo para rezar à Virgem e um tempo para rezar ao Senhor. Na tua vida de oração, não há dois actos, isto é, uma oração a Maria e depois uma oração à Trindade. A vida mariana caracteriza-se pela unidade: há um só acto e um só tempo. Quando conheceres melhor a Virgem por dentro, verás que Ela Se desapropriou totalmente dEla própria: nEla, Deus ocupa todo o espaço, pois Ela está em plena relação com as Três Pessoas da Santissima Trindade.

Deves por isso renunciar ao receio de concederes demasiado espaço a Maria na tua oração , e pelo facto de renunciares à ilusão de um domínio da tua vida espiritual, em virtude do qual farias a repartição. A unidade da vida mariana quer dizer que se tu viveres em Maria, nEla encontrarás Deus. Se escutares maria, nEla escutarás a Palavra de Deus, não depois, não algures, mas nesse próprio momento e nesse próprio acto.

(…) Pouco importa que encontres Deus em Maria ou que encontres Maria em Deus, tu mergulhas sempre na mesma atmosfera trinitária, quer seja por dentro, quer seja por fora.

Em vez de te perguntares como vais rezar, de saberes como vais repartir as intenções da tua oração pessoal, podes correr o risco de te perderes em Maria. Será Maria , Ela própria, que conduzirá a tua oração, mas o importante é aceitares perder-te.

O que te pode dar a audácia de te perderes em Maria, é compreenderes que, no mistério de Deus, Maria não serve de ecrã, mas Ela é, sim, pelo contrário, a morada do encontro com Deus. Ela é a nuvem luminosa do Êxodo, na qual Deus Se te dá a conhecer, Ela é como a Tenda do encontro, onde Deus Se manifestou a Moisés, Ela é como a nuvem ligeira que envolve Jesus no mistério da Transfiguração.

Tu encontras Deus em Maria, visto que Ela é o lugar espiritual do encontro. Tu encontras Maria em Deus, porque Deus é Aquele que reúne, que te põe em relação com todos aqueles que, hoje vivem da Sua vida e, portanto, com Maria por excelência. É no fundo uma questão de experiência que escapa à maior parte daqueles que oram a Maria sem irem até ao fim da sua oração."
 
[Maria, J. Lafrance - trechos - Oração]

4.9.16

Dominus Est

 
Na antiga Igreja  siríaca, o rito da distribuição da Comunhão era comparado com a cena da
purificação do profeta Isaías, por parte de um dos serafins. Num dos seus sermões, Santo
Efrem deixa falar Cristo com estas expressões: "O carvão trazido santificou os lábios de Isaías.
Fui Eu que, trazido agora a vós por meio do pão, vos santifiquei: As tenazes que o profeta viu
e com que foi tomado o carvão do altar, eram a figura de Mim próprio, no grande sacramento.
Isaías viu-Me a Mim, assim como vós ;e vedes a Mim agora, estendendo a Minha mão direita e
levando às vossas bocas o pão vivo. As tenazes são a Minha mão direita. Eu faço as vezes do
serafim. O carvão é o Meu Corpo. Todos vós sois Isaías."
 
Esta descrição permite concluir que na Igreja siríaca, no tempo de Santo Efrem, a Sagrada
Comunhão era distribuída directamente na boca. Isto mesmo se pode constatar também na
liturgia de S. Tiago, que era ainda mais antiga  do que a chamada de São João Crisóstomo. Na
liturgia de S. Tiago, antes de distribuir aos fiéis a Sagrada Comunhão, o sacerdote recita esta
oração: "Que o Senhor nos abençoe e nos torne dignos de tomar, com mãos imaculadas, o
carvão aceso, metendo-o na boca dos fiéis".
 
O facto de que um homem mortal tomava o Corpo do Senhor directamente nas suas mãos, exigia ,
para São João Crisóstomo, um comportamento de grande maturidade espiritual: "O sacerdote
continuamente toca Deus com suas mãos. Que pureza, que piedade se exige dele! Reflecte
agora um pouco, como deveriam ser essas mãos que tocam coisas tão santas!"
 
 
[Dominus Est - Athanasius Schneider]