23.1.17

Erros e perigos da Astrologia

I - Erros e perigos da Astrologia




É lícito (ou, ao menos, convém) a um católico recorrer às previsões astrológicas?
A maioria das pessoas conhece a Astrologia através dos horóscopos publicados nos jornais. Muita gente lê e acredita nas previsões que são feitas, alguns inclusive seguem as sugestões dadas pelos astrólogos. Mas será que já se perguntaram no que se fundamentam estas previsões? Há base científica? Ou ainda, lembrando que nem tudo pode ser explicado pela ciência, há base racional para a Astrologia? E, fora estas questões, é lícito (ou, ao menos, convém) a um católico recorrer às previsões astrológicas? São questões relevantes, que precisam ser analisadas atentamente e respondidas com precisão. Além do mais, quando se procura entender as origens e as relações da Astrologia com o mundo atual, percebe-se claramente que hoje ela está muito ligada aos movimentos conhecidos por “New Age” ou, Nova Era. No que consiste esta tal de Nova Era?

Segundo os místicos e astrólogos a New Age (Nova Era) é o advento da Era de Aquário. Para eles, estamos no final da Era de Peixes, dominada pelo pensamento cristão repressivo, retrógrado e preconceituoso. O próximo Eon (ou Era) será o fim da dominação cristã e o início de um tempo de luz, tecnologia e paz. Como disse, a filosofia da Nova Era está intimamente ligada à Astrologia e esta, por sua vez, usa uma roupagem falsa de ciência quando utilizada (erroneamente) conceitos da Astronomia.
Tanto a Astrologia quanto a noção de Eras estão relacionadas com os movimentos da Terra. Basicamente a Terra possui três movimentos principais. O primeiro é o de rotação em torno do próprio eixo, que dura aproximadamente 24 horas e determina os dias e as noites. O segundo movimento é o de translação em torno do Sol, que dura um pouco mais que 365 dias. Ele determina quais partes do céu estão visíveis a noite pois, se no movimento da Terra o Sol fica na frente de alguma parte do céu, não podemos vê-la. Temos que esperar alguns meses para estarmos num outro ponto da órbita. Desta forma, falamos de “céu de inverno” e “céu de verão”, por exemplo. Quem gosta de espiar o céu sabe: as três Marias aparecem bem no verão e o Escorpião no inverno. O terceiro movimento é o de Precessão. É o mesmo movimento executado por um pião quando está próximo de parar. É uma pequena oscilação do eixo de rotação.

Portanto, os movimentos da Terra determinam que partes do céu podemos ver em cada época do ano e em cada momento do dia e da noite. Para demarcar o céu e as estações do ano, os astrônomos o dividiram em regiões. São as constelações. As estrelas de uma mesma constelação não precisam estar ligadas entre si. É apenas uma divisão aparente do céu, para facilitar a localização das estrelas. Atualmente, a União Astronômica Internacional divide o céu em 88 constelações, de tamanhos diversos.
Durante o ano o Sol passa na frente de 13 constelações. São as constelações do Zodíaco. Tenho certeza que você conhece, pelo menos, 12 delas. São os signos, Áries, Peixes, Touro, Escorpião, etc. Não há nada de especial com elas, exceto que o Sol passa pela sua frente. Os astrólogos dizem que seu signo é Peixes, por exemplo, porque o Sol estaria na frente de Peixes de fevereiro a março. Usei este tempo verbal, porque, de facto, o Sol não está na frente de Peixes durante o período que eles falam. É que eles não fazem observações, e também não sabem fazer contas, e parece que não têm vergonha disso.


II - O que é a Nova Era?

Do ponto de vista filosófico a Astrologia se baseia na ideia de que existem tempos propícios para determinadas atividades e que estudando os ciclos da natureza através dos movimentos celestes podemos conhecer e até prever estes momentos mais favoráveis e usar isto para nosso bem. Como escrevi antes, os astrólogos usam alguns conceitos de astronomia de modo completamente errado e por isso não sabem calcular os “ciclos da natureza”. Independente disso, muitos acham que mesmo assim a filosofia por trás da astrologia faz sentido, pois somos parte integrante de uma natureza muito ampla e estamos integrados a ela. Aí é que a astrologia tem se confundido nos dias atuais com os movimentos Nova Era.

A Astrologia é condenada pela doutrina católica por que é uma forma de adivinhação que se presta a tentar usar poderes ocultos da natureza, lê-se no parágrafo 2116 do Catecismo da Igreja Católica que:
“Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas (…). A consulta aos horóscopos, a astrologia, (…) escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus”. O Catecismo enfatiza ainda mais no parágrafo 2117 que “mesmo que seja para proporcionar a este [o próximo] saúde, são gravemente contrárias à virtude da religião”.

Diversos cientistas já provaram que a Astrologia não funciona, que suas previsões não se tornam realidade e que mesmo que não sejam feitas previsões, o uso dos “tempos propícios” não favorece quem os identifica. Cientificamente dizemos que não há relevância estatística, é um atestado de que não existem estes tempos ou então que, caso existam, não faz diferença conhecê-los, pois não muda nada. Do ponto de vista científico a Astrologia é uma perda de tempo pois é bobagem, do ponto de vista da fé ela é um grave perigo pois nos afasta de Deus, conforme explica o Catecismo. A Astrologia é, portanto, errada e perigosa. Meu signo é a cruz.

 

20.1.17

O Terço

 
 
O Terço, uma oração repetitiva e assim aborrecida e por que demais monótona, sem mais sentido?

Aos que dizem que o Terço é uma oração antiquada e monótona, devido à repetição das orações que o compõem, eu pergunto-lhes se há alguma coisa que viva sem ser pela repetição continuada dos mesmos actos.Deus criou tudo o que existe de modo a conservar-se pela repetição continuada e ininterrupta dos mesmos actos. Assim, para conservarmos a vida natural, inspiramos e expiramos sempre do mesmo modo; o coração bate continuamente seguindo sempre o mesmo ritmo. Os astros, como o Sol, a lua, os planetas, a Terra, seguem sempre a mesma rota que Deus lhes marcou. O dia sucede à noite, ano após anos, sempre do mesmo modo. A luz do Sol alumia-nos e aquece-nos na Primavera, vestem-se depois de flores, dão frutos e voltam a perder as folhas no Outono ou Inverno.

E, assim, tudo o mais segue a lei que Deus lhe marcou, e ainda ninguém lhe ocorreu dizer que era monótono, por isso prescinde-se; é que precisamos disso para viver! Pois bem, na vida espiritual temos a mesma necessidade de repetir continuamente as mesmas orações, os mesmos actos de fé, de esperança e de caridade, para termos vida, visto que a nossa vida é uma participação continuada da vida de Deus.

Quando os discípulos pediram a Jesus Cristo que os ensinasse a orar, Ele ensinou-lhes, como vimos atrás, a bela fórmula do "Pai-Nosso", dizendo: "Quando orardes dizei: "Pai..." (Lc 11,4). O Senhor mandou-nos rezar assim, sem nos dizer que, passado um certo número de anos, buscássemos nova fórmula de oração, porque esta teria passado a ser antiga e monótona.

Quando os namorados se encontram, passam horas seguidas a repetirem a mesma coisa: "amo-te!". O que falta aos que acham a oração do Terço monótona é o Amor; e tudo o que não é feito por amor não tem valor. Por isso, nos diz o Catecismo que os dez Mandamentos da Lei de Deus se encerram num só, que é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.Os que rezam diariamente o seu Terço são como os filhos que todos os dias dispõem de alguns momentos para ir até junto de seu pai, para lhe fazer companhia, manifestar-lhe o seu agradecimento, prestar-Lhe os seus serviços, receber os Seus conselhos e a Sua bênção. É o intercâmbio e a troca do amor, do Pai para com o filho e deste para com o Pai, é a dádiva mútua.


[Irmã Lúcia — Apelos da Mensagem de Fátima]

Sorriso

 
 
Sorriso:
É o cartão de visita das pessoas saudáveis. Distribui-o gentilmente.

Diálogo: é a ponte que liga as duas margens, do eu ao tu. Transmite-o bastante.

Amor:
É a melhor música na partitura da vida. Sem ele serás um eterno desafinado.

Bondade:
É a flor mais atraente de um jardim de um coração bem cultivado. Planta essas flores.

Alegria: 
É o perfume gratificante, fruto do dever cumprido. Esbanja-o, o mundo precisa dele.

Paz na consciência:
É o melhor travesseiro para o sono da tranquilidade. Vive em paz contigo mesmo.

Fé:
É a bússola certa para os navios errantes, incertos, procurando as praias da eternidade. Utiliza-a sempre.

Esperança:
É o bom vento, enfunando as velas do nosso barco. Chama-o para dentro do teu quotidiano.

[Pe. Roque Schneider]

17.1.17

S. Francisco de Assis

 
 
O que temer?
— Nada.
 
A quem temer?
— Ninguém.
 
Porquê?
— Porque aqueles que se unem a Deus obtêm três grandes privilégios: onipotência sem poder;
embriaguez, sem vinho e vida sem morte.
 

O risco

 
 
O risco
 
Leio na vida de S. Inácio um diálogo entre o fundador dos Jesuítas e o padre Lainez que é
profundamente esclarecedor.
— Se Deus, pergunta S. Inácio, lhe propusesse este dilema: ir agora mesmo para o céu,
assegurando a sua salvação, ou continuando na terra trabalhando pela Sua glória e comprometendo
assim cada dia a salvação da sua alma, que escolheria?
— O primeiro, sem dúvida, responde Lainez.
— E eu, o segundo, replica Inácio. Como acredita que Deus vá permitir a minha condenação,
aproveitando-se de uma prévia generosidade minha?
 
Estou, é claro, com S. Inácio. Estou pelo risco e contra a segurança. Sou pela audácia e contra o
comodismo. Julgo mais humano o atrevimento que a renúncia sistemática ao combate.
O risco é parte substancial da condição humana. Não se pode fazer nada de sério neste mundo sem
se expôr, muitas vezes, ao fracasso. E a única maneira de nunca se equivocar — ou de se equivocar
sempre — é renunciar a toda a aventura por pura covardia.
 
Creio que a obsessão pela segurança é um dos mais graves obstáculos para realizar uma vida. Não
excluo, claro está, a prudência, a reflexão antes da acção, o saber escolher as melhores
circunstâncias para a empreender. Mas a falsa prudência que acaba por ser paralisante é
insuportável.
 
Por isso, sinto pouca simpatia por aqueles que colocam a segurança como maior valor da vida. Às
vezes vêm jovens interrogar-me sobre a sua vocação e perguntam como estarei eu "seguro" de que
Deus me chama? A estes respondo, invariavelmente: Não tens vocação e nunca a terás enquanto
partires do conceito de segurança. Em toda a vocação, em todo o empreendimento há uma
componente de risco. E o que não for capaz de se arriscar um pouco por aquilo que ama, é porque
não ama nada. Todas as grandes coisas são inseguras; vêem-se por entre as trevas: é necessário
avançar para elas por terreno desconhecido; por isso, toda a vocação, toda a empresa séria tem
algo de aventura, de aposta. E implicam audácia e confiança.

Não estou apostando naturalmente na irreflexão, na frivolidade, no aventureirismo barato. O que
quero dizer é que todo o amor supõe um salto no escuro: a gente lança-se para aquilo que ama e
está certo que esse salto não será uma loucura, porque ninguém se engana quando vai para aquilo
que merece ser amado.
 
A vida merece ser amada. E merece-o apesar de sabermos que nela haverá muitas quedas e muitos
tropeços. Mas quem tiver medo de tropeçar alguma vez, não se levante da cama pela manhã. Assim
evita sofrer. Porque já está morto.
 
[José L. Martin Descalzo — Razões para viver]

14.1.17

O que é a Felicidade?

 
 
1. O que é a Felicidade ?

A minha resposta consiste apenas em:

Amar a Deus.
Sempre e sobretudo, em qualquer menos 'boa' circunstância. Na pior das situações.

2. Mas como 'amar a Deus', sobre todas as coisas, quando estamos a sofrer o maior dos desgostos?

Esperando em Deus oferecendo-Lhe as nossas dores.

3. Como oferecer-Lhe as nossas dores, assim, e porque as sofremos tanto?

Juntar as nossas às d'Ele porque nunca ninguém sofreu tanto como Jesus para nos salvar!

4. Mas Jesus é Deus e bem sabia que ia para o Céu...
Jesus confiou no Pai assim como havemos de confiar em Deus-Pai—Todo-Poderoso!

5. Jesus desceu do Céu, feito homem, fazendo Sua vontade na Cruz, até ao extremo, confiando no Pai do Céu, amando-O até ao final de Suas forças e morrendo, exausto, flagelado, humilhado, espancado e pregado na Cruz, por nós!

6. A Felicidade consiste em: Amar,  Crer e seguir Jesus!
 
Regina Pacis

Templo de Deus

 
 
«Cada alma humana
é um templo de Deus:
isto abre-nos a um panorama de todo novo e vasto.
A oração de Jesus teria que ser a chave
para entender a oração da Igreja»
 
 
 
.[Orar c/os Místicos do Carmelo]
 
 
 
Santa Teresa Benedicta da Cruz (Edith Stein) | 1891 - 1942
Edite Stein, Obras Completas – A oração da Igreja.
 
 
 
A: 2 de Novembro de  2016
janmot

Menino Jesus

 
 
Menino Jesus
Menino Santo, que vieste ao mundo para nos salvar,
estamos reunidos para agradecer o dom e a graça de sermos família. Em torno desta mesa queremos que nossa vida seja partilha.

Neste ano que passou, procuramos viver a harmonia e a concórdia, mas nem sempre conseguimos, confessamos que somos limitados, que temos nossos pecados.
Hoje, queremos celebrar o perdão, sabemos que a vida é muito curta, não queremos perder tempo
cultivando as intrigas e as inimizades.
Por isso, perdoamos a todos os que nos ofenderam
e suplicamos o perdão de todos a quem ofendemos.

Menino Deus, pedimos também por todos os que não estão aqui hoje, nossos amigos e parentes,
inclusive por aqueles que partiram para nunca mais voltar, que sejam todos abençoados.

Expulsa deste lar e de nossas vidas, tudo aquilo que não provém de ti.
Purifica nossas almas para que esta festividade
nos transforme em criaturas melhores. E que sempre, em toda circunstância, saibamos reconhecer tua divindade e poder. Que nossa família jamais se afaste de ti.

Louvamos e rendemos graças por cada um aqui presente, Suas histórias e conquistas.
Senhor, nos propomos construir uma história de amor verdadeira entre nós.

Que no ano que se aproxima possamos todos viver em unidade, sem divisões. Nossa família, Senhor, quer que tua santa vontade se realize em cada um de nós. Queremos nos consagrar a teu serviço.
Bem-vindo à nossa casa, Santo menino, nasce aqui e agora, Faz de nós o teu presépio.
 
 

Frases iluminadoras de São João da Cruz

 
 
Frases iluminadoras de São João da Cruz, místico e doutor da Igreja.
Santa Teresa de Ávila o definiu como "uma das almas mais puras da Igreja": maravilhe-se com sua sabedoria!
 
 


. Ao entardecer desta vida, serás examinado no amor.
. Onde não existe amor, coloca amor e amor  encontrarás.
. Quanto mais uma alma ama, tanto mais perfeita é naquilo que ama.
. A alma que caminha no amor não se cansa.
. Com mais abundância e suavidade se comunica Deus nas adversidades.
. Sem caridade, nenhuma virtude é graciosa diante de Deus.
. Um só pensamento do homem vale mais que o mundo todo; portanto, só Deus é digno dele.
. Procurai lendo e encontrareis meditando; chamai orando e abrir-se-vos-á contemplando.
. Para se enamorar de uma alma, Deus não põe os olhos na sua grandeza, mas na grandeza da sua 
  humildade.
. Deus não obra as virtudes na alma sem a sua cooperação.
. Um acto de virtude gera na alma suavidade, paz, consolação, luz, pureza e fortaleza.
. Deus humilha muito para elevar muito.
. Quem age com tibieza está próximo da queda.
. Grande mal é olhar mais aos bens de Deus que ao próprio Deus.
. Se queres chegar à posse de Cristo, jamais O procures sem a cruz.
. Mais do que quantas obras possas fazer, Deus prefere de ti a pureza de consciência, ainda que no
  menor grau.
. Quem cai estando só, caído a sós fica; e em pouca conta tem a alma, pois unicamente em si mesmo
confiou.
. A sabedoria entra pelo amor, pelo silêncio e pela mortificação; grande sabedoria é saber calar e
não olhar aos ditos, aos feitos e às vidas alheias.
. Quem não procura a cruz de Cristo não procura a glória de Cristo.
. Agrada mais a Deus uma obra, por pequena que seja, feita às escondidas e sem desejo de que saibam, do que mil feitas com desejo de que os homens as conheçam.
. A maior necessidade que temos para progredir é calar o apetite e a língua diante do grande Deus,
pois a linguagem que Ele mais ouve é o amor calado.

 
 
A: 20 Dez 2016

A vida é sempre mais forte que a morte

 
 
 
 
Um casal de recém casados, decide fazer as fotos de seu casamento entre as ruínas da cidade para  simbolizar a força da vida sobre a morte.

"La vida siempre es más fuerte que la muerte." O al menos esto es lo que ha querido demostrar esta
pareja de recién casados en la ciudad siria de Homs, destruida por los combates entre las fuerzas
rebeldes y el ejército de Bashar el Asad. El joven matrimonio decidió que las fotos de su enlace se
realizarían entre las ruinas de la ciudad.
 
 
A: 19 Dez 2016

A oração da Igreja

 
                                                                  A oração da Igreja
É a oração que Cristo unido ao seu Corpo, eleva ao Pai. Reconheçamos, pois, a nossa voz nEle, e a sua voz em nós" — Santo Agostinho.
 
 
 
 
A: 18 de Dez 2016

Oração pela família no Natal

 
 
Oração pela família no Natal

Senhor, diante de teu presépio
venho pedir por minha família.
Abençoa as pessoas que amo
onde quer que estejam.
Que dentro de nosso lar habite
a confiança de tua mãe, Maria,
o zelo de teu pai, José,
e a inocência de teu rosto de criança.
Afugenta de nossa casa as dores,
lágrimas e angústias causadas por
tantos Herodes que lutam por
matar nossos sonhos de paz.
Concede-nos a saúde do corpo e
da alma, para que possamos cantar
teus louvores a cada dia deste novo ano.
Que nossas portas estejam sempre
abertas para ti, nas visitas que nos fazes
em tantos rostos sofridos.
Dá-nos a alegria de tua presença em
nosso lar: o maior de todos os presentes possíveis.
Abençoa minha família neste Natal, Senhor.
Ámen.
 
A: 18 Dezembro de 2016

O valor das pequenas coisas

 
 
 
A: 16 Dez 2016

Oração ao Divino Espírito Santo

 
 
                              Oração ao Divino Espírito Santo
                                            [ Cardeal Verdier ]

Ó Espírito Santo, amor do Pai e do Filho!
Inspirai-me sempre aquilo que devo pensar,
aquilo que devo dizer,
como eu devo dizê-lo,
aquilo que devo calar,
aquilo que devo escrever,
como eu devo agir,
aquilo que devo fazer,
para procurar a Vossa glória, o bem das almas e minha própria santificação.
Ó Jesus, toda a minha confiança está em Vós.
Ó Maria, Templo do Espírito Santo, ensinai-nos a sermos fiéis àquele que habita em nosso coração.

Súplica ao Espírito Santo:Vinde, Espírito Santo, terníssimo Consolador. Minha alma suspira por Vós, meu coração tem sede de Vós. Só Vós podeis saciar os meus anseios, só Vós podeis fazer-me feliz. Divino Esposo, não rejeiteis a morada de meu pobre coração.

Sim, meu coração é impuro,
Mas podeis purificá-lo.
Meu coração é tenebroso,
Mas podeis iluminá-lo.
Meu coração é mau,
Mas podeis saciá-lo de amor.
Meu coração é triste,
Mas podeis consolá-lo.
Meu coração é fraco,
Mas podeis fortalecê-lo.
Meu coração é frio,
Mas podeis abrasá-lo.
Meu coração é terreno,
Mas podeis enchê-lo de desejos celestiais.
Meu coração é pecador,
Mas podeis orná-lo de todas as virtudes.
Meu coração é inconstante,
Mas podeis torná-lo perseverante.

Vinde, pois, ó Espírito Santo, Pai dos pobres, vinde, inundai-me de Vosso amor!

Sequência Devotíssima
 
Vinde, Santo Espírito, e mandai do céu um raio de Vossa luz.
Vinde, Pai dos pobres, vinde, ó distribuidor dos bens, vinde, ó luz dos corações.
Vinde, Consolador óptimo, doce Hóspede e suave alegria das almas.
Vinde aliviar-lhes os trabalhos, temperar-lhes os ardores e enxugar-lhes as lágrimas.
Ó luz beatíssima, inflamai o íntimo dos corações dos Vossos fiéis. Sem a Vossa graça nada há no homem, nada que se possa dizer inocente.
Lavai, pois, o que em nós é sórdido, regai o que é seco, sarai o que está ferido.
Abrandai o que é duro, abrasai o que é seco e reconduzi o desviado.
Concedei aos Vossos servos, que em Vós confiam, o setenário dos Vossos dons.
Dai-lhes o mérito da virtude, o dom da graça final e o glorioso prémio dos prazeres eternos.
Ámen.
Aleluia.
 
 

A Conversão de Barrabás

 
 
O título desse artigo poderia ser "A força de um olhar". Pietro Sarubbi, quando adolescente, fugiu
de casa e foi trabalhar num circo. Viajou pelo mundo como ator de teatro e cinema, tentando preencher o vazio espiritual que o afligia. Em 2001, conseguiu um papel coadjuvante em Hollywood, mas seu vazio existencial continuava. Meses depois apareceu uma oferta para colaborar com Mel Gibson. Pensou que o filme seria de acção, mas era sobre a Paixão de Jesus.

Nunca imaginou que poderia actuar em uma representação da Paixão de Cristo, porque naquele momento estava muito longe da Igreja. Queria encarnar o apóstolo Pedro. Não por algo espiritual, mas porque pagavam melhor por dia de trabalho. Por isso, não escondeu sua decepção quando o director
disse que o procurava para interpretar Barrabás.

Mel Gibson, o director, explicou-lhe que Barrabás era mais que um bandido, um animal sem palavras, o que se expressava em seu olhar.  Era por isso que ele tinha sido escolhido para interpretá-lo, pois, depois de investigar, achou que ele parecia encarnar bem esse animal selvagem e, ao mesmo tempo, refugiar no fundo do seu coração o olhar de um homem bom.

Um dia, no set de filmagens, Sarubbi ficou absorto contemplando por uns momentos seu colega
Jim Caviezel, que interpretava Jesus. Faltavam poucos minutos para gravar a cena onde o povo
perdoava Barrabás e condenava o Messias. Surpreendentemente, o actor e Barrabás se
transformaram numa só pessoa. A cena avançou e ele já não actuava, vivia, vibrava com os acontecimentos. "Não, a esse não! Barrabás!" Os gritos da multidão tinham alcançado o seu objectivo. Estava livre! Inflado pela sua boa sorte, olhava ironicamente para as autoridades e, em seguida, para a multidão. E, finalmente, descendo as escadas, seu olhar se encontrou com o de Jesus. “Foi um grande impacto. Senti como se tivesse uma corrente eléctrica entre nós. Eu via o próprio Jesus”, diz Pietro Sarubbi. A partir daquele momento, diz ele, tudo em sua vida mudou. Aquela paz que eu tinha procurado por anos, finalmente tinha invadido sua alma.

“Ao olhar nos meus olhos, seus olhos não tinham ódio ou ressentimento, apenas misericórdia e amor”. O actor italiano relata assim a sua fulminante conversão no livro: De Barrabás a Jesus, convertido por um olhar, onde mostra a razão da sua gratidão com aquele personagem, Barrabás, que ele tinha resistido a encarnar: “Ele é o homem que Jesus salvou da cruz. É ele que representa toda a humanidade”. Foi esse olhar misericordioso de Jesus que mirou Pedro no pátio da casa de Caifás e que o fizeram chorar amargamente (Lc  22, 61), para se tornar o grande São Pedro. Vem à nossa mente o célebre madrigal renascentista “ojos claros, serenos” de Gutierre de Cetina, adaptado por Francisco Guerrero: “Olhos claros, serenos, que fixaram em vosso apóstolo Pedro aí, olhai para mim e reparai o que eu perdi. Se atado fortemente, quereis sofrer por mim e ser açoitado, não me olheis irado,
para que não pareçais menos clemente. Pois choro amargamente, voltai os olhos serenos, e já que morreis por mim, olhai-me ao menos”.

[Pietro Sarubbi — Actor]
 
 

Imaculada Conceição

 IMACULADA CONCEIÇÃO
Ó Maria concebida sem pecado,
rogai por nós que recorremos a Vós,
Amen.
 
 
 
 
 
A: 8 de Dezembro de 2016

S. Francisco de Assis

 
 
S. Francisco de Assis
O maior pecador do mundo
 
 
 


Frei Rufino, um dos primeiros companheiros de São Francisco de Assis, teve uma visão da glória do
santo no Céu, por sua humildade, que muito lhe impressionava. Ele fez então a seguinte pergunta
ao santo: "Meu caro pai, eu vos suplico dizer-me na verdade que opinião tendes de vós mesmo". E o santo lhe disse:
— Na verdade eu me considero o maior pecador do mundo e aquele que menos serve a Nosso Senhor.

— Mas, replicou Rufino — como podeis dizer isso de verdade e em consciência, uma vez que muitos outros, como se pode ver claramente, cometem muitos pecados graves, dos quais, graças a Deus, estais isento?

Ao que São Francisco respondeu:
— Se Deus tivesse favorecido esses outros, dos quais fala, com tanta misericórdia como me favoreceu, estou certo de que, por maus que sejam agora, eles teriam sido muito mais reconhecidos pelos dons de Deus do que eu, e o serviriam muito melhor do que eu. E se meu Deus me abandonasse, eu cometeria mais maldades do que nenhum outro...

 
 
A: 6 de Jan 2017
 

As minhas ovelhas ouvem a minha voz e seguem-Me

«As minhas ovelhas ouvem a minha voz e seguem-Me.»
Portanto, estejam todos os pastores no único Pastor e proclamem a voz única do Pastor; oiçam as ovelhas esta voz e sigam o seu Pastor: não este ou aquele, mas o único Pastor.
Apregoem todos com Ele uma só voz e não haja vozes diversas. Suplico-vos, irmãos, que tenhais todos uma só voz e que não haja entre vós divisões.

Oiçam as ovelhas esta voz, purificada de toda a divisão, livre de toda a heresia, e sigam o seu Pastor que diz:
 


                                    «As minhas ovelhas ouvem a minha voz e seguem-Me.»


[Santo Agostinho de Hipona, Sermão 46]
 
 
A: 24 Nov 2016

A apresentação da Virgem Maria no Templo

                                            A apresentação da Virgem Maria no Templo

Certa vez Nosso Senhor pediu a S. Francisco que Lhe desse algo. O Santo respondeu: "Senhor, não posso Te dar nada que eu já não tenha dado: todo o meu amor." Jesus sorriu e disse: "Francisco, dá-Me tudo de novo, e de novo, me darás a mesma alegria."
Da mesma forma, nossa querida Mãe, recebe cada Avé-Maria que Lhe ofertamos com a mesma alegria com que ouviu a saudação da boca do Arcanjo Gabriel no dia da Anunciação, quando Ela se tornou a Mãe do Filho de Deus.

                                                                         Avé Maria... 
 
 
 
 

 21 de Novembro 2016

François Varillon


Polónia proclama oficialmente, Jesus Cristo, como seu Rei e Senhor

 
Polónia proclama oficialmente, Jesus Cristo, como seu Rei e Senhor
Os Bispos Polacos reconheceram oficialmente Jesus Cristo como Rei da Polónia na presença do
Presidente Polaco Andrzej Duda, em acto de reconhecimento solene, em 19 de Novembro, na Igreja
da Divina Misericórdia em Cracóvia.

Vale a pena ler tal texto, testemunho — que se seguiu:

Ó  Imortal Rei dos Séculos, Senhor Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador! No ano jubilar dos 1050 anos do Baptismo da Polónia, no ano do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, eis que nós, polacos, vimos diante de Ti [juntamente com as autoridades religiosas e laicas] para reconhecer o Teu Reinado, submetermo-nos à Tua Lei, consagrar e entregar a Ti a nossa Pátria e toda a nossa Nação.

Professamos diante do Céu e da Terra que precisamos do Teu reinado. Professamos que só Tu tens sobre nós direito sagrado e inextinguível. Por isso, com humildade, inclinando a cabeça diante de Ti, Rei do Universo, reconhecemos o Teu reinado sobre a Polónia e toda a nossa Nação, habitantes da nossa Pátria e noutros locais do mundo.
 


Desejando louvar a majestade do Teu poder e glória, com grande fé e amor clamamos: Reina sobre nós, Cristo!
Nos nossos corações: Reina sobre nós, Cristo!
Nas nossas famílias: Reina sobre nós, Cristo!
Nas nossas paróquias: Reina sobre nós, Cristo!
Nas nossas escolas e faculdades: Reina sobre nós, Cristo!
Nos meios de comunicação social: Reina sobre nós, Cristo!
Nos nossos escritórios, locais de trabalho, de serviço e de descanso: Reina sobre nós, Cristo!
Nas nossas cidades e aldeias: Reina sobre nós, Cristo!
Em toda a Nação e Estado polaco: Reina sobre nós, Cristo!
Bendizemos-Te e agradecemos-Te, Senhor Jesus Cristo: Pelo Amor insondável do Teu Santíssimo Coração: Cristo, nosso Rei, Te agradecemos!
Pela graça do baptismo e da aliança estabelecida com a nossa Nação desde há séculos: Cristo, nosso Rei, Te agradecemos!

Pela presença materna e real de Maria nas nossas obras: Cristo, nosso Rei, Te agradecemos!
Pela Tua grande Misericórdia constantemente revelada: Cristo, nosso Rei, Te agradecemos!
Pela Tua fidelidade, apesar das nossas traições e fraquezas: Cristo, nosso Rei, Te agradecemos!

Conscientes das nossas culpas e ultrajes contra o Teu Coração, pedimos perdão por todos os nossos
pecados, especialmente pelo afastamento da santa fé, pela falta de amor para conTigo e com o próximo. Pedimos perdão pelos pecados sociais nacionais, por todos os defeitos, vícios e escravidões. Renunciamos ao espírito do mal e a todas as suas obras.

Entregamo-nos humildemente ao Teu domínio e à Tua lei. Comprometemo-nos a ordenar a nossa vida pessoal, familiar e nacional segundo a Tua lei:

Prometemos proteger a Tua sagrada honra, anunciar a Tua glória real: Cristo, nosso Rei, prometemos!
Prometemos cumprir a Tua vontade e defender a integridade das nossas consciências: Cristo, nosso
Rei, prometemos!
Prometemos cuidar da santidade das nossas famílias e da educação cristã das crianças: Cristo,
nosso Rei, prometemos!
Prometemos construir o Teu reino e defendê-lo com a nossa nação: Cristo, nosso Rei, prometemos!
Prometemos envolver-nos activamente na vida da Igreja e proteger a sua lei: Cristo, nosso Rei, prometemos!

Único Soberano dos Estados, das nações e de toda a Criação, Rei dos reis e Senhor dos senhores!

Consagramos-te o Estado polaco e os governantes da Polónia. Que todos os órgãos de poder governem com justiça e apliquem o direito de acordo com as Tuas Leis.
Cristo Rei, com confiança entregamos à Tua Misericórdia tudo aquilo em que consiste a Polónia,
sobretudo aqueles membros da Nação que não seguem os Teus caminhos. Dá-lhes a Tua graça,
ilumina-os com o poder do Espírito Santo e conduz-nos a todos à união eterna com o Pai.

Em nome do amor fraternal, consagramos-te todas as nações do mundo, sobretudo aquelas que se
tornaram perpetradoras da nossa cruz polaca. Que elas reconheçam em Ti o seu legítimo Senhor e Rei e que aproveitem o tempo que lhes foi dado pelo Pai para se entregarem livremente à Tua soberania.

Senhor Jesus Cristo, Rei dos nossos corações, faz os nossos corações semelhantes ao Teu Santíssimo Coração. Que o Teu Espírito Santo desça e renove a face da terra, desta terra. Que Ele nos apoie na realização dos deveres que procedem deste acto nacional, nos proteja do mal e nos santifique.
Entregamos ao Imaculado Coração de Maria, as nossas decisões e obrigações. Confiamo-nos a todos
à protecção maternal da Rainha da Polónia e à intercessão de todos os santos Padroeiros da nossa
Pátria.

Cristo, reina sobre nós! Reina sobre a nossa Pátria, reina sobre todas as nações, para maior glória da Santíssima Trindade e para salvação dos homens. Que a nossa Pátria e todo o mundo sejam cobertos pelo Teu Reino: o reino da verdade e da vida, o reino da santidade e da graça, o reino da justiça, do amor e da paz.

[Amen]
 
 
[Trad RP]

Espera de Deus

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Simone Weil

A Oração

 
 
 
A Oração
A seguir, uma sacerdotiza disse:

— Fala-nos da oração.

E ele respondeu:

— Rezais na aflição e necessidade;
quem dera que rezásseis também
na plenitude da vossa alegria
e nos dias de abundância!

Que é a oração
senão a expressão do vosso ser
no ar vivo?

E se é para vosso alívio
que lançais a vossa escuridão no espaço,
é igualmente para vosso gosto
que abris o coração na aurora,

E não sabeis senão chorar
quando a vossa alma vos convida à oração;
ela devia aguilhoar-vos mais e mais,
apesar do choro,
até chegares ao riso.

Quando rezais,
elevai-vos para encontrar no ar
quantos rezam nessa mesma hora
e que não podereis encontrar
a não ser na oração.

Que a vossa visita
a este templo invisível,
não tenha como fim
senão o êxtase e a doce comunhão.

Porque se entrardes no templo
apenas para pedir,
nada recebereis.

E se entrardes só para vos humilhar,
não sereis exaltados.

E ainda que entreis para pedir
a felicidade de outros,
não sereis ouvidos.

Basta que entreis
no templo invisível.

Não posso ensinar-vos a orar
com palavras.

Deus não ouve as vossas palavras,
senão quando é Ele a falar
pela vossa boca.

Não posso ensinar-vos
as orações dos mares,
das flores e das montanhas.

Porém vós que viestes das montanhas,
e das florestas, e dos mares,
podeis encontrar no vosso coração
a sua prece.

E se vos limitares a escutar
na tranquilidade da noite,
ouvi-los-eis dizer em silêncio:

       — Nosso Deus, que és o nosso eu alado,
é a tua vontade que quer em nós.

É o teu desejo que deseja em nós.

É o teu impulso em nós
que gostaria de mudar as nossas noites,
que são as tuas,
em dias que são teus também.

Não podemos pedir-te
seja o que for
porque conheces as nossas necessidades
antes que nasçam
dentro de nós.

Tu és a nossa necessidade,
e dando-nos mais de Ti mesmo
dás-nos tudo.

[Khalil Gibran — O Profeta]

Avé Maria

 
 
 

A consciência e o capricho

 
A consciência e o capricho
Nas discussões com os anglicanos da sua época, o Cardeal Newman costumava dizer que "se depois
de um almoço se visse obrigado a fazer um brinde não teria pejo nenhum em beber à saúde do Papa, mas reflectindo bem, levantaria o primeiro copo à consciência e o segundo ao Papa".
O purpurado inglês respondia assim à opinião tão difundida entre os não crentes ou entre os não
católicos que os que admitem o primado de Roma prestam culto unicamente à obediência, mas não
à consciência, que fazem unicamente o que os bispos ou os padres lhes dizem mas não ouvem a voz
interior do seu coração.
Parece-me muito importante reivindicar os direitos da consciência e recordar aqui que todas as religiões sublinharam o seu papel indiscutível. O velho Lin Yuntang escrevia que o sentido da misericórdia, o sentimento da dignidade, da cortesia, do justo e do injusto, estão na consciência de todos os homens. E entre os pagãos, Manandro recordava que "a consciência é a voz de Deus". E esta importância não declinou no mundo da fé cristã, que sempre susteve que nunca é permitido agir contra a própria consciência; e o próprio concílio de Latrão afirmou: "O que se faz contra a consciência, constrói-se para o inferno". Mas creio que se devem fazer alguns esclarecimentos. O próprio Newman, depois da afirmação com que abro esta página, acrescentava, "com medo de que o meu pensamento seja mal interpretado", que "quando falo de consciência, refiro-me àquela que realmente merece esse nome". Porque, na verdade, poucos termos há que se estiquem e adaptem tão bem ao uso do consumidor como este da consciência.

Com demasiada frequência ouve-se dizer: "ah, eu ajo segundo a minha consciência" e o que querem dizer é que fazem segundo a sua consciência, o seu capricho, as suas visões pessoais e talvez egoístas do assunto. Há quem chame consciência ao desejo de ser coerente consigo mesmo, há quem a confunda com a teimosia ou obstinação. Ou com o afã de levar a sua sempre por diante. A todas estas consciências aplica-se o que escrevia Dostoiewsky: "A consciência sem Deus é um erro que pode extraviar-se até cometer um poço de crimes". Efectivamente não faltam criminosos ou delinquentes que depositam toda a sua responsabilidade em "assim o pedia a consciência".
Para entender de que consciência falamos, cito de novo Newman: "A consciência é o vigário natural
de Cristo; poeta por suas instruções, monarca pelo seu absolutismo, sacerdote por suas bençãos e maldições, e inclusive se o sacerdócio eterno pudesse deixar de existir na Igreja, este princípio sacerdotal da consciência permaneceria e exerceria a sua soberania.  Mas que resta actualmente da noção de consciência no espírito do povo? Nem nele, nem no mundo intelectual a palavra consciência guardou o seu significado antigo, verdadeiro e católico. Hoje esta palavra é usada com frequência, mas já não evoca de maneira nenhuma a ideia e a presença de um mestre do mundo moral. Quando os homens invocam os  direitos de consciência, não querem de modo nenhum falar dos direitos do criador nem dos deveres das suas criaturas nos seus pensamentos e acções, mas do direito de pensar, de falar, de escrever e agir segundo a sua opinião ou humor, sem se preocuparem minimamente com Deus. É o direito da própria vontade".

Temo que o leitor me ache nesta página mais abstracto que habitualmente. Mas parece-me importante reflectir sobre esta questão que tanto se usa e abusa. É que obedecer à consciência não é fazer o que apetece por cima de toda a norma e de todo o valor.
 


A consciência não é mais que a voz de Deus que fala dentro de nós e nos empurra a sermos fiéis à
direcção da nossa vida. Por isso, a consciência é quase sempre uma voz exigente e que nos impele
para cima. Quando os ditames da minha consciência me dão razão naquilo que me agrada, tenho razões para pensar que não é a minha consciência que fala mas a minha conveniência.
A consciência em noventa e nove por cento dos casos é incómoda para quem a escuta, porque fala muito mais de deveres do que de direitos; porque exige mais do que acaricia; porque recorda constantemente que devemos caminhar e não ficar parados: porque é um vigia incómodo que cada dia espera mais de nós.

A consciência é outro homem que existe dentro de mim.  É testemunha, fiscal e juiz e não um adulador complacente. É o nosso aguilhão, graças ao qual não conseguimos dormir.
Merece bem que lhe levantemos a nossa primeira taça.

[José L. Martin Descalzo — Razões para viver]

S. João Crisóstomo

                                         S. João Crisóstomo, Bispo e Doutor da Igreja
 
 
 


Cristo não te mandou ser apenas simples ou apenas prudente, mas ambas as coisas ao mesmo
tempo, porque só assim elas serão verdadeiras virtudes. Propôs a prudência da serpente para que
não recebas feridas mortais; e a simplicidade da pomba para que não te vingues de quem te faz mal
nem afastes por vingança aqueles que te armam ciladas; sem esta simplicidade nada aproveita a
prudência.

Ninguém pense que é impossível cumprir estes preceitos. Só o Senhor conhece perfeitamente a
natureza das coisas: Ele sabe muito bem que a violência não se vence com a violência, mas com a mansidão.
 
 
 
Publicado a 20 Novembro de  2016

5 chaves - Dogma do Purgatório

 
 
5 chaves que os católicos devem levar em consideração para compreender o dogma do Purgatório.
A Igreja ensina no Catecismo que “os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu”.

“A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados”, assinala no numeral 1031 do Catecismo.

Em diálogo com o Grupo ACI, Pe. Carlos Rossel, doutor em Sagrada Teologia pela Universidade de Navarra, deu 5 chaves que os católicos devem levar em consideração para compreender o dogma do Purgatório.

1. Não é um invento, está fundamentado na Bíblia
No Antigo Testamento é mencionada a oração pelos defuntos, mas é a Igreja que, baseando-se em toda a Escritura, definiu o dogma do Purgatório. Foi ensinado pela primeira vez no II Concílio de Lyon na Profissão de fé de Miguel Paleólogo.

Uma primeira ideia bíblica é que nada impuro pode ver Deus. Por exemplo, em Mateus 5,8 diz: ‘os limpos de coração verão a Deus’; e no Apocalipse 21,27 diz que nada impuro entrará na Jerusalém do Céu.

A Bíblia também nos fala da oração pelos defuntos. No 2º Livro de Macabeus 12,38 e versículos seguintes nos indica que Judas Macabeu ofereceu sacrifícios de expiação pelos seus soldados defuntos.

Para falar do Purgatório também é utilizado Mateus 12,31-32, quando Jesus diz que quem peca contra o Espírito Santo não será perdoado neste mundo nem no outro. Muitos teólogos afirmam que quando o Senhor afirma que no outro mundo poderiam ser perdoados alguns pecados, estaria falando do Purgatório.

Há também um texto importante citado pelo Papa Emérito Bento XVI que está na 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios 3,10-15. São Paulo diz que todos os que constroem suas vidas sobre um fundamento que é Cristo vão se salvar, mas alguns passarão através do fogo.

E quem são eles? Os que constroem a sua vida com madeira, palha ou feno, ou seja, aqueles que viveram com Cristo e não tiveram uma vida tão santa como esperavam.

2. Pode-se ajudar as almas do Purgatório
A Igreja nos fala da comunhão dos santos. Ou seja, existe uma comunhão entre os santos que estão no Céu e veem Deus, as almas do Purgatório que estão em um período de purificação para entrar no Céu e os batizados que peregrinam neste mundo.

O que podemos fazer pelas almas do Purgatório? Rezar por elas; uma das obras da misericórdia é rezar pelos defuntos.

O melhor que podemos fazer por elas é oferecer o santo sacrifício da Missa, porque o que estamos fazendo é inserir este defunto no mistério pascal de Cristo, a fim de que entre no céu devidamente purificado.

3. As indulgências são efetivas
As indulgências são um presente que a Santa Mãe Igreja oferece, para ir ao céu imediatamente. A Igreja diz também que podem ser aplicadas aos defuntos; é um costume bonito, muito católico, que todos os dias ganhemos uma indulgência plenária.

Indulgência plenária significa que ao realizar essa obra que a Igreja nos pede, com distintas condições e na graça de Deus, nós podemos acessar esse tesouro que Cristo abriu com a sua Morte e Ressurreição (o Céu).

4. Não é comum que uma alma do Purgatório tenha contato com um ser vivo
Onde estão as almas? As almas estão no Céu, no Purgatório ou no Inferno.

Deus que é o Senhor e o Todo-poderoso pode permitir que uma alma do Purgatório entre em contato com um ser vivo.

De fato, se nos fixarmos em algumas experiências de místicos, por exemplo Padre Pio ou Santa Faustina Kowalska, conta-nos que em algum momento tiveram relação com alguma alma do Purgatório. Entretanto, isto não é algo ordinário, mas extraordinário, e é preciso ter cautela.

5. As almas do Purgatório intercederão por nós no Céu
O dogma diz que existe o Purgatório e é um estado transitório. É a antessala do Céu. Mas, a Igreja não falou nada se as almas do Purgatório podem interceder por nós.

Aqui, há duas posturas teológicas. Alguns teólogos dizem que as almas do Purgatório podem interceder por nós porque são membros da Igreja e fazem parte do Corpo Místico de Cristo. Outros teólogos dizem que não.

O que nós fazemos por elas, logo nos vão devolver quando chegarem ao Céu. Ou seja, que quando entrarem no Céu, elas intercederão por nós.

Por outro lado, é preciso evitar todo tipo de práticas que são anticristãs e são próprias do paganismo. Entre elas, a evocação de espíritos, que é um pecado grave.

Em: http://www.acidigital.com/noticias/especialista-propoem-5-criterios-basicos-para-entender-o-que-e-o-purgatorio-19049/

Conhecer Jesus Cristo é tudo...

 
 
(Ando eu querendo conhecer melhor o Padre Chevrier, e, o que ele me diz e só, é que conheça Nosso Senhor...)

“Conhecer Jesus Cristo é tudo...”Como São Paulo, o Padre Chevrier considera que “tudo é perda em relação ao bem supremo que é o conhecimento de Jesus Cristo” (Fil 3,8)


“São Paulo colocava o conhecer Nosso Senhor Jesus Cristo acima de todos os conhecimentos e se gloriava de não saber nada fora de Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado. Aí está, com efeito, o conhecimento acima de todos os outros e que sozinho pode fazer-nos padres, verdadeiros e dignos dele. Para pregar Jesus Cristo, não é preciso conhecê-lo? Para imitar Jesus Cristo, não é necessário conhecê-lo? E como poderíamos conhecê-lo se não estudamos?” (Carta ao seminarista Cláudio Farissier n° 86, 1872)

“O conhecimento de Jesus Cristo é a chave de tudo. Conhecer Deus e seu Cristo eis aí todo o homem, todo o padre, todo o santo.” (Carta aos seus seminaristas n° 105, 1875)

“O nosso primeiro trabalho é, pois, conhecer Jesus Cristo para sermos todo para Ele.” (V.D. p. 46)

“O conhecimento de Jesus Cristo, seu estudo, a oração, eis aí a primeira coisa a fazer para tornar-se uma pedra do edifício espiritual de Deus.” (V.D. p. 103)

Muitas pessoas procuravam o Padre Chevrier para uma ajuda espiritual. Ele se esforçava para orientar, prioritariamente, para Jesus Cristo o coração e a mente daqueles e daquelas que se dirigiam a ele:

“Não esqueça a sua meditação, estude Nosso Senhor Jesus Cristo; tudo está aí, e lembre-se todos os dias de uma das suas palavras ou de uma das suas ações para as pôr em prática, ou ao menos saborear a sua doçura e o seu gosto.” (Carta à Menina Grivet n° 374, 1876)

“A vida sobrenatural só se encontra no conhecimento de Jesus, o estudo das suas palavras e das suas acções; uma palavra e Jesus eleva a alma, uma acção de Nosso Senhor faz mais que tudo o resto.” (Carta à Senhora Franchet n° 310, 1869)

“Rezai muito, caros filhos; a oração, o crucifixo, o Presépio instruem mais do que os livros; e a ciência, que aprendemos aos pés do Crucifixo ou do Sacrário, é muito mais sólida e mais verdadeira e melhor em relação connosco mesmos do que aquela que aprendemos nos livros.” (Carta ao seminarista Francisco Duret n° 115, 1876)


A 17 Novembro 2016