Maria, Mãe de Deus e nossa
Deus Caritas Est
42 À vida dos Santos, não pertence somente a sua biografia terrena, mas também o seu viver
e agir em Deus depois da morte. Nos Santos, torna-se óbvio como quem caminha para Deus
não se afasta dos homens, antes pelo contrário torna-se-lhes verdadeiramente vizinho. Em
ninguém, vemos melhor isto do que em Maria. A palavra do Crucificado ao discípulo — a João
e, através dele, a todos os discípulos de Jesus: « Eis aí a tua mãe » (Jn 19,27) — torna-se
sempre de novo verdadeira no decurso das gerações. Maria tornou-Se realmente Mãe de todos
os crentes. À sua bondade materna e bem assim à sua pureza e beleza virginal, recorrem os
homens de todos os tempos e lugares do mundo nas suas necessidades e esperanças, nas suas
alegrias e sofrimentos, nos seus momentos de solidão mas também na partilha comunitária; e
sempre experimentam o benefício da sua bondade, o amor inexaurível que Ela exala do fundo
do seu coração. Os testemunhos de gratidão, tributados a Ela em todos os continentes e
culturas, são o reconhecimento daquele amor puro que não se busca a si próprio, mas quer
simplesmente o bem. A devoção dos fiéis mostra, ao mesmo tempo, a infalível intuição de
como um tal amor é possível: é-o graças à mais íntima união com Deus, em virtude da qual se
fica totalmente permeado por Ele — condição esta que permite, a quem bebeu na fonte do
amor de Deus, tornar-se ele próprio uma fonte «da qual jorram rios de água viva» (Jn 7,38).
Maria, Virgem e Mãe, mostra-nos o que é o amor e donde este tem a sua origem e recebe
incessantemente a sua força. A Ela confiamos a Igreja, a sua missão ao serviço do amor:
Santa Maria, Mãe de Deus,
Vós destes ao mundo a luz verdadeira,
Jesus, vosso Filho – Filho de Deus.
Entregastes-Vos completamente
ao chamamento de Deus
e assim Vos tornastes fonte
da bondade que brota d'Ele.
Mostrai-nos Jesus.
Guiai-nos para Ele.
Ensinai-nos a conhecê-Lo e a amá-Lo,
para podermos também nós
tornar-nos capazes de verdadeiro amor
e de ser fontes de água viva
no meio de um mundo sequioso.
[BENEDICTUS PP. XVI - Deus Caritas Est, 42]
do-sumo-pontifice-bento-xvi/
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