31.7.16

Santo Domingo



A Eucaristia é um dom da Santíssima Trindade: «Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que
vem do céu» (Jo, 6,32) disse  Jesus; e o Espírito Santo é quem o vivifica. Como o Verbo
Encarnado procede da Santíssima Trindade e a Ela conduz, do mesmo modo a Eucaristia vem
da Santíssima Trindade e conduz à Santíssima Trindade.


Fazei que viva da Vossa vida, ó Cristo, e, porque sois Deus, viva eu de Deus e em Deus, por
Vós e em Vós. A nossa vida está escondida conVosco nas misteriosas profundidades do seio do
Pai mas virá o dia em que resplandecerá a Vossa glória, ó Cristo, vida das nossas almas, e
então, em união conVosco, estaremos resplandecentes de glória...

Se Vós, ó Cristo, viestes ao mundo e Vos tornaste nosso caminho, verdade e vida, foi para nos
conduzir ao Pai. E quando Filipe soltou do fundo do seu coração  este grito: «Senhor, mostra-
nos o Pai e isso nos basta», Vós respondestes: «Filipe... quem Me vê, vê o Pai»...
Ó divino Jesus, meu Rei, meu Mestre, meu pontífice, minha cabeça vivente, mostrai-me o Pai!
E que mais necessitamos para além d'Ele?
Permiti que Vos vejamos para que O possamos ver em Vós e por meio de Vós. Envia-nos o
Vosso Espírito para que nos revele a Vossa glória e nos manifeste Aquele de quem ela procede.


D. Mercier
[Trechos - A vida Interior, 3 - D. Mercier]
 

30.7.16

Stabat Mater

Stabat Mater
 
(do latim "Estava a Mãe")
 
 
Estava a Mãe dolorosa
 Junto da Cruz, lacrimosa,
 Da qual pendia o seu Filho.

 Banhada em pranto amoroso,
 Neste transe doloroso,
 A dor lhe rasgava o peito.
 
Ó quão triste e quão aflita
 Se encontrava a Mãe bendita,
 Chorando o seu Unigénito.
 
Estava triste e sofria
E porque ela mesma via
As dores do Filho amado.
 
 
 
 
Quem não chora, vendo isto,
 Contemplando a Mãe do Cristo
 Em tão grande sofrimento?
 
Quem não se contristaria
 Vendo a Mãe de Deus, Maria,
 Padecendo com seu Filho?
 
Por culpa de sua gente
 Viu a Jesus inocente
 Cruelmente flagelado.
 
Viu seu Filho muito amado,
 Que morria abandonado
 Entregando o Seu espírito.
 
Dá-me, ó Mãe, fonte de amor,
 Que eu sinta a força da dor,
 Para que eu chore contigo.
 
Faze arder meu coração
 Do Cristo Deus na paixão,
 Para que eu sofra com Ele.
 
Minha Mãe, ó dá-me isto:
 Trazer as chagas do Cristo
 Gravadas no coração.
 
Do teu Filho as feridas,
 Para meu perdão sofridas,
 Vem reparti-las comigo.
 
Quero contigo chorar
 E a cruz compartilhar,
 Por toda a minha vida.
 
Junto à Cruz contigo estar,
 Ao teu pranto me associar,
 Desejo de coração.
 
Virgem das virgens, preclara
 Não me negues, Mãe tão cara,
 Poder contigo chorar.
 
Que eu viva de Cristo a morte,
 Da Paixão seja seu consorte,
 Celebrando suas chagas.
 
Que meu coração magoado,
 Pela Cruz apaixonado,
 Seja em Seu Sangue remido
 
Por Maria amparado
 Que eu não seja condenado
 No dia de minha morte
ó Cristo, que eu tenha a sorte,
 No dia de minha morte
 Ser levado por Maria.
 
E no dia em que eu morrer,
 Faze com que eu possa ter
 A glória do Paraíso.
 
Amém.
 
Frei Jacopone de Todi

28.7.16

Uma dica prática na leitura dos Salmos

Uma dica prática na leitura dos Salmos: Encontre uma só palavra

Todos deveriam ler o Livro dos Salmos, uma vez  que seja, ao longo do caminho. Os Salmos
são onde as nossas emoções, dores , sofrimentos e pecados se encontram e se resgatam por 
palavras de fé, confiança, louvor e esperança.


Para mim, os Salmos são o extintor do fogo posto nos problemas que ardem em minha alma.

Eis uma forma prática para a leitura dos Salmos:


1. Leia o Salmo 1.

2. Guarde uma palavra no Salmo que lhe salte à vista.

3. Escreva num pedaço de papel: Salmo 1 e a palavra que surgiu, por exemplo: palha.

4. Agora peça a Deus e à sua alma: "Por que é esta a palavra que me fala nesta fase da minha
vida?"

5. Leia o Salmo 2 e repita.


Este tipo de leitura pontual irá ajudá-lo a comunicar-se com a voz de Deus (e a sua voz a
dirigir-se a Deus), enquanto você lê os Salmos. Poderá começar a ver como a sua alma clama
ou está chorando por algo de Deus.

Esta "uma palavra em cada Salmo" é uma óptima forma de encontro com Deus bem como em
ter paz em sua vida diária.


Paz e Bem,

Taylor Marshall




Em: http://taylormarshall.com/2016/05/a-practical-tip-on-reading-the-psalms-find-just-one-word.html

Tradução: RP

26.7.16

O valor da Fé

 
Quereis saber qual é o valor da vossa fé?
 
Cristo morreu por ela. Sendo assim, porque é que procuras a recompensa terrena, apegado como estás ao ouro e ao dinheiro? É um insulto que fazes à fé, pela qual Cristo morreu. “Mas como é – perguntará alguém – quanto é que ela vale?”. Presta atenção àquele que diz:
 
Que é que eu tenho no céu?
 
De facto, ele não concretiza o que é que haverá no céu. Mas diz assim: Que é que eu exigi de ti nesta terra? (Sl 72, 25). Louvando o que há no céu e rejeitando o que há na terra, ele acabou por responder a ambas as perguntas. O que é que há no céu? O que os olhos não veem (Is 64, 4).
 
 
 Que é que há na terra?
 
O que os olhos dos fiéis não querem ver.
 
O que é que há no céu?
 
Aquilo que o Lázaro coberto de chagas pôde encontrar.
 
O que é que há na terra?
 
O que o rico avarento possuía (Cf. Lc 16, 22).
 
Que é que há no céu?
 
Aquilo que não pode perecer.
 
O que é que há na terra?
 
O que não pode perdurar.
 
Que é que há no céu?
 
Ausência de sofrimento.
 
Que é que há na terra?
 
O medo constante.
 
Que é que eu tenho no céu? O quê?
 
Aquele que fez o céu. O valor da tua fé é o teu Deus. Tê-lo-ás a Ele. Ele dispõe-se a ser Ele próprio a recompensa para os que lhe prestam culto. Considerai, irmãos caríssimos, todas as criaturas: o céu, a terra, o mar, o que está no céu, na terra e no mar. Como tudo é belo, como tudo é admirável, como tudo está disposto digna e ordenadamente! Impressiona-vos estas coisas? Com certeza que impressionam.
 
Porquê?
 
Porque são belas.
 
Quem é que as fez?
 
Creio que ficaríeis embasbacados, se vísseis a beleza dos anjos.
 
Quem é, pois, o criador dos anjos?
 
É aquele que é a recompensa da vossa fé. Ó avaros, com que é que vos haveis de saciar, se o próprio Deus vos não sacia?.
 
«Trabalhoso é o tempo da fé. Quem o pode negar? É trabalhoso, mas este é o trabalho que corresponde àquela recompensa. Não queiras ser preguiçoso no trabalho, do qual desejas receber a recompensa»
 
 
(Santo Agostinho).
Sermão 19, 5
Da obra:  "Sim, cremos: O Credo comentado pelos Padres da Igreja"
 
 
 
  
 


 


24.7.16

Missa em Latim

 
 
Ritos Introdutórios
 
S: In nòmine Patris, et Fìlii, et Spìritus Sancti.
A: Amen
.
S: Gratia Dòmini nostri Jesu Christi, et càritas Dei, et communicàtio Sancti Spìritus sit cum òmnibus vobis
.
A: Et cum spiritu tuo.
 
Rito Penitencial
 
S:Fratres, agnoscàmus peccàta nostra, ut apti simus ad sacra mystèria celebrànda.
A: Confìteor Deo omnipotènti et vobis, fratres, quia peccàvi nimis cogitatiòne, verbo, òpere et omissiòne, mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. Ideo precor beàtam Mariam Semper Virginem omnes Angelos et Sanctos et vos fratres, oràre pro me, ad Dominum Deum nostrum.
S: Misereàtur nostri omnìpotens Deus et, dimìssis peccàtis nostris, perdùcat nos ad vitam ætèrnam.
A: Amen.
 
Kyrie
S: Kyrie elèison..
A: Kyrie elèison..
S: Christe elèison..
A: Christe elèison..
S: Kyrie elèison..
A: Kyrie elèison.
 
Gloria
 
S: Glòria in excèlsis Deo
 
A: et in terra pax homìnibus bonæ voluntàtis. Laudàmus te, benedìcimus te, adoràmus te, glorificamus te, gràtias àgimus tibi propter magnam glòriam tuam, Dòmine Deus, Rex cælèstis, Deus Pater omnìpotens. Dòmine Fili unigènite, Jesu Christe, Dòmine Deus, Agnus Dei, Fìlius Patris; qui tollis peccàta mundi, miserère nobis; qui tollis peccàta mundi, sùscipe deprecatiònem nostram; qui sedes ad dèxteram Patris, miserère nobis. Quoniam tu solus sanctus Tu solus Dòminus, Tu solus Altìssimus, Jesu Christe, cum Sancto Spìritu in glòria Dei Patris.
Amen.
 
Oração Colecta
 
S: Oremus.(oratio)
A: Amen.
 
Liturgia da Palavra
 
- Primeira Leitura
 
L: (depois de ler) Verbum Dòmini.
A: Deo gratias.
 
- Salmo Responsorial
 
- Segunda Leitura
 
L: (depois de ler) Verbum Dòmini.
 
A: Deo gratias.
- Alleluia
 
Evangelho
 
S: Dòminus vobìscum.
A: Et cum spiritu tuo.
S: Lèctio sancti Evangèlii secùndum N.
A: Glòria tibi, Domine.
S: (depois de ler) Verbum Dòmini.
A: Laus tibi, Christe.
 
- Homilia
 
Profissão de Fé
 
S: Credo in unum Deum,
A: Patrem omnipotèntem, factòrem cæli et terræ, visibìlium òmnium et invisibìlium. Et in unum Dòminum Jesum Christum, Fìlium Dei unigènitum, et ex Patre natum ante òmnia sæcula Deum de Deo, lumen de lùmine, Deum verum de Deo vero, gènitum, non factum, consubstantiàlem Patri: per quem omnia facta sunt. Qui propter nos hòmines et propter nostram salùtem descèndit de cælis.
(todos se inclinam às palavras seguintes)
Et incarnatus est de Spiritu Sancto ex Marìa Vìrgine, et homo factus est.Crucifìxus etiam pro nobis sub Pòntio Pilàto; passus et sepùltus est, et resurrèxit tèrtia die, secundum Scriptùras, et ascèndit in cælum, sedet ad dèxteram Patris. Et ìterum ventùrus est cum gloria iudicàre vivos et mòrtuos, cuius regni non erit finis. Et in Spìritum Sanctum, Dòminum et vivificàntem: qui ex Patre Filiòque procèdit. Qui cum Patre et Fìlio simul adoràtur et conglorificàtur: qui locùtus est per prophètas. Et unam, sanctam, cathòlicam, et apostòlicam Ecclèsiam. Confiteor unum baptìsma in remissiònem peccatòrum. Et exspècto resurrectiònem mortuòrum, et vitam ventùri sæculi.
Amen.
 
 
Oração dos fiéis
 
S: (Oratio initialis)
L: (Preces), Domine, deprecemur
A: Te rogamus, Audi nos Liturgia Eucarística Preparação do Altar e dos dons
S: Benedictus es, Dòmine, Deus univèrsi, quia de tua largitàte accèpimus panem, quem tibi offèrimus, fructum terræ et òperis mànuum hòminum: ex quo nobis fiet panis vitæ.
A: Benedìctus Deus in Sæcula.
S: Benedictus es, Dòmine, Deus univèrsi, quia de tua largitàte accèpimus vinum, quod tibi offèrimus, fructum vitis et òperis mànuum hòminum, ex quo nobis fiet potus spiritàlis.
A: Benedìctus Deus in Sæcula.
S: Oràte, fratres, ut meum ac vestrum sacrificium acceptàbile fiat apud Deum Patrem omnipotèntem.Prece Eucarística II A: Suscìpiat Dòminus sacrificium de mànibus tuis ad laudem et glòriam nòminis sui, ad utilitàtem quoque nostram totiùs que Ecclèsiæ suæ sanctæ.
 
Oração sobre os dons
 
S: (Oratio)
A: Amen.
 
Prece Eucarística II
 
S: Dòminus vobìscum
A: Et cum spiritu tuo.
S: Sursum Corda.
A: Habèmus ad Dòminum.
S: Gràtias agàmus Dòmino Deo nostro.
A: Dignum et iustum est.
 
Prefácio
 
S: Vere dignum et iustum est, æquum et salutàre, nos tibi, sancte Pater, semper et ubìque gràtias àgere per Filium dilectiònis tuæ Jesum Christum. Verbum tuum, per quod cuncta fecìsti: quem misìsti nobis Salvatòrem et Redemptòrem, incarnàtum de Spìritu Sancto et ex Virgine natum. Qui voluntàtem tuam adìmplens et pòpulum tibi sanctum acquirens extèndit manus cum paterètur, ut mortem sòlveret et resurrectiònem manifestàret. Et ìdeo cum Angelis et òmnibus Sanctis glòriam tuam prædicàmus, una voce dicèntes:
Santo
A: Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dòminus Deus Sàbaoth. Pleni sunt cæli et terra glòria tua. Hosànna in excèlsis. Benedictus qui venit in nòmine Dòmini. Hosànna in excèlsis.
S: Vere Sanctus es, Dòmine, fons omnis sanctitàtis. Hæc ergo dona, quæsumus, Spìritus tui rore sanctìfica, ut nobis Corpus et Sanguis fiant Dòmini nostri, Jesu Christi. Qui cum Passiòni voluntàrie traderètur, accèpit panem et gràtias àgens fregit, dedìtque discìpulis suis, dicens:
ACCÌPITE ET MANDUCATE EX HOC OMNES: HOC EST ENIM CORPUS MEUM QUOD PRO VOBIS TRADÈTUR. Sìmili modo, postquam cenàtum est, accìpiens et càlicem, ìterum gràtias àgens dedit discìpulis suis, dicens.
S: Mysterium fìdei.
A:Mortem tua annuntiàmus, Dòmine, et tuam resurrectiònem confitèmur, donec vènias.
S: Mèmores ìgitur mortis et resurrectionis eius, tibi, Dòmine, panem vitæ, et calicem salùtis offèrimus,gràtias agèntes quia nos dignos habuisti astàre coram te et tibi ministràre. Et sùpplices deprecàmur ut Corporis et Sànguinis Christi partìcipes a Spìritu Sancto congrègemur in unum.
Recordàre, Dòmine, Ecclèsiæ tuæ toto orbe diffùsæ, ut eam in caritàte perfìciasuna cum Papa nostro N. et Epìscopo nostro N. et univèrso clero.
Memènto etiam fratrum nostròrum, qui in spe resurrectiònis dormièrunt, omniùmque in tua miseratiòne defunctòrum, et eos in lumen vultus tui admìtte. Omnium nostrum, quæsumus, miserère, ut cum beàta Dei Genetrice Virgine Maria, beàtis Apòstolis et òmnibus Sanctis, qui tibi a sæculo placuèrunt, ætèrnæ vitæ mereàmur esse consòrtes, et te laudèmus et glorificèmus per Filium tuum Jesum Christum.
 
Doxologia
 
S: Per ipsum, et cum ipso, et in ipso, est tibi Deo Patri omnipotènti, in unitàte Spìritus Sancti, omnis honor et glòria per òmnia sæcula sæculòrum
A: Amen
.
Rito da Comunhão
 
Pai Nosso
 
S: Præcèptis salutàribus mòniti et divìna institutiòne formàti, audèmus dicere:
 
A: Pater noster, qui es in cælis: sanctificètur nomen tuum; advèniat regnum tuum; fiat volùntas tua, sicut in cælo, et in terra. Panem nostrum cotidiànum da nobis hòdie; et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimìttimus debitòribus nostris; et ne nos indùcas in tentatiònem; sed libera nos a malo.
S: Lìbera nos, quæsumus, Dòmine, ab òmnibus malis, da propìtius pacem in dièbus nostris, ut, ope misericòrdiæ tuæ adiùti, et a peccàto simus semper lìberi et ab omni perturbatiòne secùri: exspectàntes beatam spem et advèntum Salvatòris nostri Jesu Christi.
 
A: Quia tuum est regnum, et potèstas, et glòria in sæcula.
 
Rito da Paz
 
S: Dòmine Jesu Christe, qui dixìsti Apòstolis tuis: Pacem relìnquo vobis, pacem mean do vobis; ne respìcias peccata nostra, sed fidem Ecclèsiæ tuæ; eàmque secùndum voluntàtem tuam pacificàre et coadunàre dignèris.Qui vivis et regnas in sæcula sæculòrum.
A: Amen.
 
S: Pax Dòmini sit semper vobìscum.
 
A: Et cum spiritu tuo.
S: Offèrte vobis pacem.
 
A: Agnus Dei, qui tollis peccàta mundi; miserère nobis. Agnus Dei, qui tollis peccàta mundi; miserère nobis.Agnus Dei, qui tollis peccàta mundi; dona nobis pacem.
 
S: Ecce Agnus Dei, ecce qui tollit peccàta mundi. Beàti qui ad cenam Agni vocàti sunt.
 
A: Dòmine, non sum dignus, ut intres Sub tectum meum, sed tantum dic Verbo, et sanabitur anima meã.
 
Comunhão
 
S: Corpus Christi.
A: Amen.
 
 
- Oração após a Comunhão
 
S: Oremus (diz a oração)
A: Amen.
 
 
Rito de Conclusão
 
S: Dòminus vobìscum.
A: Et cum spìritu tuo.
S: Benedìcat vos omnipotens Deus, Pater, et Filius, et Spìritus Sanctus.
 
A: Amen.
 
Despedida
 
S: Ite, missa est.
A: Deo gràtias.
 
 
 
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Maria Estrela do Mar

Oração a Maria Estrela do mar
E o nome da Virgem era Maria (Lc. 1, 27). Falemos um pouco deste nome que significa
segundo se diz, Estrela do mar, e que convém maravilhosamente à Virgem Mãe. .... Ela é
verdadeiramente esta esplêndida estrela que devia se levantar sobre a imensidade do mar,
toda brilhante por seus méritos, radiante por seus exemplos.

 Ó tu, quem quer que sejas que te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste
mundo, no meio das borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz
desta estrela.

 Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho,
olha a estrela, invoca Maria.

 Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a
estrela, invoca Maria.

 Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta
os olhos para Maria.

 Se, perturbado pela lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de
tua consciência, aterrorizado pelo medo do Juízo, começas a te deixar arrastar pelo turbilhão
da tristeza, a despenhar no abismo do desespero, pensa em Maria.

 Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.

 Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, jamais abandone teu coração; e para alcançar o
socorro da intercessão dEla, não negligencies os exemplos de sua vida.
 Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando nEla, evitarás
todo erro.

 Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te conduz, não te
cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.
E assim verificarás, por tua própria experiência, com quanta razão foi dito: "E o nome da
Virgem era Maria".

S. Bernardo
 
 

19.7.16

A colina das cruzes

Com frequência, os Papas do século XX alertavam o mundo para a incompatibilidade entre a
doutrina católica e o socialismo.

Em uma das afirmações mais categóricas sobre o tema, Pio XI escreveu:
"Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista".
 
O que para muitos parece, até hoje, uma lição difícil de aprender – não é raro ver muitos
indivíduos ditos católicos prestando homenagem a figuras vermelhas como Karl Marx, Che
Guevara ou Fidel Castro –, para quem viveu a opressão comunista nunca a verdade de um
ensinamento eclesiástico brilhou com tanta evidência. As palavras da Igreja simplesmente
confirmavam a realidade histórica de inúmeros cristãos perseguidos por um regime ateísta e
sanguinolento, hostil a qualquer referência a Deus, mesmo que fosse mínima.
 
Exemplo desta oposição insuperável entre as duas realidades é a perseguição que o
cristianismo enfrentou na Lituânia, em meados do último século. Como se sabe, o país do leste
europeu foi um dos muitos anexados à União Soviética, permanecendo por 50 longos anos sob
seu domínio. Durante este período, um local específico foi alvo da ira dos agentes soviéticos: a
Colina das Cruzes, localizada no norte do país.
 
 
A Colina das Cruzes é um refúgio para os católicos lituânios em tempos de dificuldades. No
século XIX, durante o domínio do Império Russo, estourou na região uma revolta contra o czar,
por este não ter deixado as famílias honrarem seus mortos. Os lituanos acorreram à colina,
hoje próxima à cidade industrial de Siauliai, e colocaram cruzes em memória dos fiéis
defuntos, apesar da oposição das autoridades. Pouco a pouco o número de cruzes e o seu
tamanho iam crescendo gradativamente.
 
Hoje, o lugar é um centro de peregrinação católica e já foi visitado inclusive por São João
Paulo II. Mas, na década de 1960, a Colina estava ameaçada pela KGB, que havia decretado a
sua extinção. No dia 5 de abril de 1961, incomodados com o grande número de crucifixos que
era instalado no local – um sinal de luto pela deportação dos lituânios à Sibéria, a mando de
Stálin –, os soviéticos enviaram vários bulldozers ao local. As cruzes foram totalmente
destruídas: as de madeira foram queimadas, as de metal, sucateadas, e as de pedra foram
quebradas e enterradas.
 
Nem por isso o povo lituânio deixou de ir à colina. Para surpresa da inteligência comunista, na
manhã seguinte o lugar amanheceu replecto de cruzes. Os cristãos entravam ali de noite e, com
sigilo e cuidado, fincavam mais cruzes na colina. A URSS não se deu por vencida: voltou a
arrasar várias vezes o lugar. Mas, novamente, os fiéis católicos testemunhavam vivamente a
sua fé. Mesmo com o lugar protegido pelo Exército e pelos agentes da KGB, a colina continuava
se enchendo de símbolos cristãos.
 
Em vão as autoridades soviéticas tentavam afastar os católicos do local. Depois de alegarem
que às cruzes e imagens sacras faltava "valor artístico", por inúmeras vezes as estradas de
acesso à colina foram bloqueadas e eram emitidos falsos alertas de "epidemias" na região.
Nada adiantou: cada vez que as cruzes eram destruídas, apareciam outras tantas. Mesmo
quando o Exército bloqueava as estradas, os vizinhos arrumavam um jeito e introduziam
cruzes enormes no lugar.
 
Por fim, em 1979, um corajoso sacerdote atreveu-se a desafiar o regime vermelho e convocou
uma procissão até ali, junto com toda a sua paróquia. A KGB finalmente deu o braço a torcer,
pois percebeu que seu ódio à fé só aumentava ainda mais o amor do povo lituânio a Cristo.
 
Com o fim da tirania e a queda da União Soviética, a Colina das Cruzes – com mais de 100 mil
crucifixos e ícones sacros – acolheu um santuário ao qual peregrinam fiéis de todo o mundo.
Sem dúvida, o visitante mais ilustre que a colina já recebeu foi o bem-aventurado João Paulo
II. Em visita ao país, há exatos 20 anos, o Papa Wojtyla recordou a passagem da carta de São
Paulo aos colossenses, na qual ele diz completar em sua carne "o que falta às tribulações de
Cristo" (Col 1, 24). Ele também classificou a peregrinação como "uma experiência
comovedora". "Depois dessa visita, a todos nós parecia mais clara a verdade que expressou o
Concílio Vaticano II, a saber, que o homem não pode compreender-se profundamente a si
mesmo sem Cristo e sem sua cruz. A este respeito, a Colina das Cruzes é um testemunho
eloquente e uma advertência. A eloquência desse santuário é universal: é uma palavra escrita
na história da Europa do século XX".
 
A Colina das Cruzes é o testemunho vivo de que os poderes deste mundo passam,
mas a Cruz de Cristo permanece.
 

Purgatório e oração

Purgatório
 
 
A Palavra de Deus nos ensina que somente aqueles que estão puros, ou seja justificados,
podem herdar a vida eterna e consequentemente terem acesso à visão beatífica de Deus (Sl
14; Hb 12,22-23; Mt 5,8). Infelizmente, também é verdade, pouquíssimos cristãos partem
desta vida totalmente reconciliados com Deus e com os irmãos. O Senhor vem então, em
socorro de nossas fraquezas, com sua misericórdia, permitindo que aqueles que estão
destinados ao céu, ou seja que procuraram pautar suas vidas pela mensagem e vivência
evangélica, mas que ainda carregam em si algumas imperfeições e pecados, possam ser
purificados, de algum modo, após a morte. O purgatório é portanto, uma exigência da razão e
mesmo de caridade de Deus por nós. Hoje, infelizmente, muitos negam a realidade do
purgatório, afirmando que o mesmo não se encontra na Bíblia. O termo “purgatório” não existe
na Bíblia, mas a realidade, o conceito doutrinário deste lugar de purificação existe.
 
O grande doutor da Igreja São Francisco Sales (1567-1655) tem um ensinamento maravilhoso
sobre o purgatório. Ele ensinava, já na Idade Média, que “é preciso tirar mais consolação do
que temor do pensamento do purgatório”. Eis o que ele nos diz:
 
1. As almas ali vivem uma contínua união com Deus
.
2. Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se
lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas
diante de Deus.
 
3. Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus.
 
4.Querem permanecer na forma que agrada a Deus e por todo o tempo que for da vontade
Dele.
 
5. São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem
cometer qualquer imperfeição.
 
6. Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.
 
Oração de Santa Gertrudes
 
Prometeu o Senhor a Santa Gertrudes, que seriam libertas 1000 Almas do Purgatório, cada
vez que esta Oração fosse rezada, sendo ainda extensível aos pecadores.
 
 Eterno Pai,
 ofereço o Preciosíssimo Sangue
 de Vosso Divino Filho Jesus,
 em união com todas as missas
 que hoje são celebradas
 em todo o Mundo,
 por todas as santas Almas
 do Purgatório,
 pelos pecadores, em todos os lugares,
 pelos pecadores,
 na Igreja Universal,
 pelos da minha casa e meus vizinhos.
 Ámen.
 
 
 

18.7.16

Uma Luz tão intensa

Deus: uma Luz tão intensa que nos cega
O Eclesiástico, falando da relação do Senhor Deus com Moisés, diz assim:
 
“Na fidelidade e doçura ele o santificou,
Escolheu-o entre todos os viventes;
Fez-lhe ouvir a sua voz
E o introduziu nas trevas” (Eclo 45,4-5).
 
Estranhas e belas, estas palavras... Elas exprimem muito bem o modo de agir de Deus com os seus amigos, com os místicos de todos os tempos...
 
Por um lado, o Senhor educa seus amigos; vai, pouco a pouco, conduzindo-os com fidelidade e doçura, atraindo-os a si, santificando-os (isto é, fazendo-os entrar na sua vida bendita, na
sua santidade bem-aventurada).
 
Interiormente, de modos inexplicáveis, o Senhor vai falando aos seus, vai educando-os, vai entabulando com eles um verdadeiro diálogo de amizade e amor...
Mas, por outro lado, vai introduzindo-os nas trevas. Isto mesmo! Quando mais Deus se aproxima de alguém, mas faz o fiel perceber o quanto Ele está para além de tudo, o quanto não
pode ser abarcado, compreendido, domesticado! E, então, cresce a saudade medonha daquele que foi conquistado pelos carinhos do Senhor e, por outro lado, aumenta mais e mais a
consciência da distância: Deus é Grande demais, Santo demais, Incompreensível demais, Luminoso demais para caber nas nossas pobres medidas!
 
Que resta ao fiel? Abandonar-se, entregar-se, com total pobreza interior, com doce confiança naquele misterioso Amigo que se revela escondendo-se. Ele é uma Luz tão intensa que nos
cega! Por isso dizia São João da Cruz: “Deus, para nós, nesta vida, é nem mais nem menos que noite escura!”
 
De noite, mesmo de noite, não nos cansemos de buscar a Fonte! Deixemo-nos guiar por nossa sede, como a corça que procura o riacho... Que assim nossa alma procure o Senhor! Ó
Senhor, preenche meu desejo com tua luz, tua doçura e tua paz! Recolhe em ti todas as minhas sedes!

Uops, faltou a luz...

 
 
Nos meios clericais, conta-se a seguinte anedota: vários religiosos estavam à noite rezando em coro o Ofício Divino: um beneditino, um dominicano, um franciscano e um jesuíta.
Em dado momento, faltou a luz.
 
O beneditino continuou a rezar, pois sabe tudo de cor.
O dominicano começou a pregar sobre a escuridão espiritual.
O franciscano recitou uma poesia sobre a irmã, a noite.
O jesuíta, bem, o jesuíta... foi trocar o fusível, para que a luz voltasse!
 
 
 
 
 
Dom Fernando A Rifan

15.7.16

Pobreza

Vazio...
Não há pobreza maior que a da falta de fé.
                               Da Fé que compreende o Amor que Deus É.
                                             E do amor que Deus nos tem.
 
 
Trechos: RP: Deus é Amor.
 

«Felizes os que têm um coração de pobre»

Ó pobreza como tu és bela! Jesus Cristo, o meu Mestre, achou-te tão bela que, descendo do
céu, quis desposar-Se contigo, fez-te Sua companheira de vida e quis morrer contigo na cruz.
Dá-me Mestre meu, esta formosa pobreza; que eu a procure com solicitude, a abrace com 
amor para a fazer companheira de toda a minha vida e possa, como Tu, morrer com ela no
pobre madeiro.
 
A. Chevrier -Vie

14.7.16

Ó Cristo, adoro-Te

 
 Ó Cristo, adoro-te mais profundamente do que Te possam ter adorado ao longo da Tua vida;
porque nunca tinha compreendido o amor como na Tua Paixão, em que o amor Te fez renunciar
a tudo, até ao Teu aspecto de homem.
 
Ó Cristo, pelo Teu sangue derramado, pela Tua Mãe, concede-me a fortaleza de viver contigo a
Tua Paixão...
 
Ó Cristo, minha vida, não quero outro caminho que não sejas Tu, a Tua Cruz, os Teus
sofrimentos, o Teu Calvário. Quero a extensão do Teu reino, tenho horror a tudo o que me
possa afastar da Tua glória. Faz de mim o que quiseres, mas não me julgues indigno  da Tua
cruz, dá-me toda a Tua paz e Teu gozo...
 
Faz que eu me decida a entregar a minha vida e a minha morte; ensina-me a oferecê-la à
vontade do Pai e ao serviço dos meus irmãos. E no sacrifício único, a oferecer em particular... a
minha morte quotidiana... Ensina-me a dar à minha vida e à minha morte um sentido redentor,
de expiação e reparação pelos pecados, em atitude de obediência filial e de caridade fraterna.
 
 
 
 
P. Lyonnet - trechos - Escritos Espirituais.
Imagem: O fiel católico

Desafios

 
Que as dificuldades que hás-de experimentar, não sejam obstáculo ao teu amor e
generosidade, mas sim um forte desafio. Não te canses de servir, não cales a verdade, supera
os teus temores, sê consciente das tuas próprias limitações pessoais. Tens que ser forte e
valente, lúcido e perseverante neste longo caminho.
 
Não te deixes seduzir pela violência e pelas mil e umas razões que parecem justificá-la. Está
enganado aquele que diz que através da violência se conseguirá a justiça e paz.
 
 
S. João Paulo II - Espiritualidade

9.7.16

Oração à Sagrada Família

Sagrada Família
 
Jesus, Maria e José, modelos perfeitíssimos de recolhimento, caridade e humildade, alcançai-nos a graça de imitarmos as sublimes virtudes que praticastes na terra e dignai-vos proteger a todos nós, que agora prostrados na vossa presença imploramos o vosso patrocínio.
Lembrai-vos, ó Jesus, Maria e José, de que somos inteiramente vossos; defendei-nos, pois, de todo e qualquer perigo, socorrei-nos em nossas necessidades e dai-nos graças para nos mantermos constantemente na imitação da vossa santa Família, a fim de que, servindo-vos fielmente na terra, possamos depois bendizer-vos por toda a eternidade no Céu. Amém.
 

8.7.16

Vem Espiríto Santo!

Fica tão difícil explicar aos nossos mais pequenitos alunos sobre as maravilhas de Deus, sobre a doçura e a humildade de Maria; tornarmo-nos ainda mais minguados e infantis que aqueles que nos pedem respostas, que, por vezes, quase desanimo eu. Há que decrescer, nos situarmos na nossa própria infância, na qual, tudo nos fascina como que na maravilha dos milagres de Jesus que sempre nos interpelarão; que sempre nos impõe procurar-Lhe as respostas que, assim de repente, não teremos se não, sobre a assistência do Divino Espírito Santo! Ou Lhe entregaremos tudo, mas tudo, ou ficamos mudos com tais interpelações...

A humildade responderá por nós se assim Lhe formos almas submissas, inteiramente entregues à Sua vontade de nos acudir. Ai amoroso Espírito Santo que somente assim nos acode... Ai Jesus, que os mais pequenos são os que nos dão as maiores e mais válidas lições.
Puras, reais, tão ingénuas que nos envergonham...

Mas quão necessárias lhes são as respostas que , de verdade lhes merecerão toda a verdade e de forma a dar a devida e merecida explicação. Ó Espírito Santo, arrancai de nós toda a vaidade e prepotência para acudir a tais puras almas sedentas de saber de Ti... como nós mesmas ainda Vos pedimos em infindáveis súplicas... Socorrei-nos e ensinai-nos esta oração, sobre humildade que ainda e para o efeito, nos falha e desconhecemos... Vos pedimos, por nós e por estes pequenitos que a nós recorrem de puro coração.

Faço-me criança, mais uma daquelas que sentaste no Vosso amoroso Colo, meu Deus e meu Senhor...

Ámen.

7.7.16

S. João da Cruz

S. João da Cruz
Graus de Perfeição 
 
1. Por nada deste mundo cometer pecado, nem mesmo venial com plena advertência, nem imperfeição conhecida.
 
2. Procurar andar sempre na presença de Deus, real, imaginária ou unitiva, segundo se coadune com as obras que está fazendo.
 
3. Nada fazer nem dizer coisa de importância, que Cristo não pudesse fazer ou dizer se estivesse no estado em que me encontro e tivesse a idade e a saúde que eu tenho.
 
4. Procure em todas as coisas a maior honra e glória de Deus.
 
5. Por nenhuma ocupação deixar a oração mental que é o sustento da alma.
 
6. Não omitir o exame de consciência, sob pretexto de ocupações, e, por cada falta cometida, fazer alguma penitência.
 
7. Ter grande arrependimento por qualquer tempo não aproveitado ou que se lhe escapa sem amar a Deus.
 
8. Em todas as coisas, altos e baixas, tenha a Deus por fim, pois de outro modo não crescerá em perfeição e mérito.
 
9. Nunca falte à oração e quando experimentar aridez e dificuldade, por isso mesmo persevere nela, por que Deus quer muitas vezes ver o que há na sua alma e isso não se prova na facilidade e no gosto.
 
10. Do céu e da terra sempre o mais baixo e o lugar e o ofício mais ínfimo.

11. Nunca se intrometa naquilo de que não te encarregaram, nem discuta sobre alguma coisa, ainda que esteja com a razão. E, no que lhe for ordenado, se lhe derem a unha (como se costuma dizer) não queira tomar também a mão, pois alguns, nisto se enganam, imaginando que têm obrigação de fazer aquilo que, bem examinado, nada os obriga.

12. Das coisas alheias não se ocupe, sejam elas boas ou más, porque além do perigo que há de pecar, essa ocupação é causa de distrações e amesquinha o espírito.

13. Procure sempre confessar-se com profundo conhecimento de sua miséria e com sinceridade cristalina.

14. Ainda que as coisas de sua obrigação e ofício se lhe tornem dificultosas e enfadonhas, nem por isso desanime, porque não há de ser sempre assim, e Deus, que experimenta a alma simulando trabalho no preceito (Cf. Sl 93,20), daí a pouco lhe fará sentir o bem e o lucro.

15. Lembre-se sempre de que tudo quanto passar por si, seja próspero ou adverso, vem de Deus, para que assim nem num se ensoberbeça nem no outro desanime.

16. Recorde-se sempre de que não veio se não para ser santo e assim não consinta que reine em sua alma algo que não leve à santidade.

17. Seja sempre mais amigo de dar prazer aos outros do que a si mesmo e, assim, com relação ao próximo, não terá inveja nem predomínio. Entenda-se, porém, que isso se refere ao que for segundo a perfeição, porque Deus muito se aborrece com os que não antepõem o que lhe agrada ao beneplácito dos homens.
 
 
 
S. João da Cruz, Pequenos Tratados Espirituais

5.7.16

Querido Santo António

Santo António
 
Testemunho
 
Não foi à toa que há uns dias, resolvi publicar o tão já (re)conhecido Responso de Santo António. Na verdade, há algum tempo na desesperada procura de umas quantas páginas já impressas de um trabalho em curso que bastante me importa, parei, pensei. Consultei colegas e o pessoal da casa: nada! Revirei pastas, os dispositivos que uso, ora num ou noutro local e nenhuma pista à vista. Em lugar nenhum estavam. E ai que o tempo corre e o prazo expira...
 
Rezar... Ah..., a tal da oração a Santo António..., Ó Santo milagreiro, valei-me! Encontrei o 
Responso e aflita, "usei-o". Foi mais isso que rezar, sim..., como quando acreditava na fada que
vem colocar um doce no travesseiro quando nos cai um dente de leite. E então, nada. Nada de
nada aconteceu no dia seguinte e volto a revolver todos os cantos, as prateleiras da estante,
arquivos e sei lá que mais, acreditando já que distraída, teriam ido parar ao lixo. É que isto tem
vindo a ser feito por partes. E o prazo, o prazo de entrega a chegar... E eu que nem sou
desorganizada...!
 
Santo António, ó Santo e agora?
Agora, agora "rezas" de verdade!
 
E assim foi. E assim e então foi que ao terceiro dia me deparei com esse bloco de páginas entre
a pilha de livros, dossiers, papeis, agenda e algo mais  que costumo ter no lado direito da
minha secretária. Mesmo ali. Todo esse tempo. Sim, sou organizada. Essa pilha vai
decrescendo na medida em que arrumo assuntos e cada coisa por sua vez a seu tempo. Era
agora que precisava.  Esperava ainda ser despachada mas não bem ali...
 
Lá estavam as (bem) ditas páginas, bem como o apontamento escrito do ficheiro em que as gravei.
Ambas reencontradas, meu querido Santo, Santo António milagreiro...
Recuperando a lucidez, agradeci-lhe e então recordei que antes de tudo isto, havia já 
publicado aqui, na data em que se celebra o seu dia, uma outra oração na qual, o Santo nos
fala que muito lhe agradam aqueles... transcrevo:
 
"Quero que sejas mais assíduo ao Santíssimo Sacramento; mais devoto para com a nossa Mãe,
Maria Santíssima; quero que propagues a minha devoção e ajudes meus pobres. Oh! Quanto
isso me agrada ao coração! Não sei negar nenhuma graça àqueles que socorrem aos outros por
meu amor..."
 
Faltas, as minhas faltas... Mas o Santo corrige-me: deu-me hoje a oportunidade de cumprir um
destes seus pedidos. Um caso urgente. No qual e praticamente todo o dia me ocupou. Conto
isto e apenas para me dizer, sim, a mim, que se este Santo de facto nos vale, por graça de
Deus, também nos chama a atenção  para a parte que nos cumpre realizar a favor do próximo.
 
É graça! Quantas horas não me poupou a mim em refazer as tais páginas desaparecidas?
 
Que me falta a mim, se Deus me daria não só o tempo, todo esse em que as procurei, bem
como a capacidade e a energia que à noite tivesse retirado ao do sono? Apela-me à Fé, à
Gratidão, Compaixão, às necessidades do próximo, meus irmãos...
 
É ganho, ganho ainda mais afeição ao Santo. Tudo é graça, tudo o que me vem do Senhor!
 
"De que nos vale a fé sem obras?"
 
Deus acorda-nos através dos Santos.
 
Testemunho e abraço duplamente grata, a tarefa que tenho em mãos, 
Ámen.