30.7.16

Stabat Mater

Stabat Mater
 
(do latim "Estava a Mãe")
 
 
Estava a Mãe dolorosa
 Junto da Cruz, lacrimosa,
 Da qual pendia o seu Filho.

 Banhada em pranto amoroso,
 Neste transe doloroso,
 A dor lhe rasgava o peito.
 
Ó quão triste e quão aflita
 Se encontrava a Mãe bendita,
 Chorando o seu Unigénito.
 
Estava triste e sofria
E porque ela mesma via
As dores do Filho amado.
 
 
 
 
Quem não chora, vendo isto,
 Contemplando a Mãe do Cristo
 Em tão grande sofrimento?
 
Quem não se contristaria
 Vendo a Mãe de Deus, Maria,
 Padecendo com seu Filho?
 
Por culpa de sua gente
 Viu a Jesus inocente
 Cruelmente flagelado.
 
Viu seu Filho muito amado,
 Que morria abandonado
 Entregando o Seu espírito.
 
Dá-me, ó Mãe, fonte de amor,
 Que eu sinta a força da dor,
 Para que eu chore contigo.
 
Faze arder meu coração
 Do Cristo Deus na paixão,
 Para que eu sofra com Ele.
 
Minha Mãe, ó dá-me isto:
 Trazer as chagas do Cristo
 Gravadas no coração.
 
Do teu Filho as feridas,
 Para meu perdão sofridas,
 Vem reparti-las comigo.
 
Quero contigo chorar
 E a cruz compartilhar,
 Por toda a minha vida.
 
Junto à Cruz contigo estar,
 Ao teu pranto me associar,
 Desejo de coração.
 
Virgem das virgens, preclara
 Não me negues, Mãe tão cara,
 Poder contigo chorar.
 
Que eu viva de Cristo a morte,
 Da Paixão seja seu consorte,
 Celebrando suas chagas.
 
Que meu coração magoado,
 Pela Cruz apaixonado,
 Seja em Seu Sangue remido
 
Por Maria amparado
 Que eu não seja condenado
 No dia de minha morte
ó Cristo, que eu tenha a sorte,
 No dia de minha morte
 Ser levado por Maria.
 
E no dia em que eu morrer,
 Faze com que eu possa ter
 A glória do Paraíso.
 
Amém.
 
Frei Jacopone de Todi

Sem comentários:

Enviar um comentário

Salvé Regina!