4.9.16

Dominus Est

 
Na antiga Igreja  siríaca, o rito da distribuição da Comunhão era comparado com a cena da
purificação do profeta Isaías, por parte de um dos serafins. Num dos seus sermões, Santo
Efrem deixa falar Cristo com estas expressões: "O carvão trazido santificou os lábios de Isaías.
Fui Eu que, trazido agora a vós por meio do pão, vos santifiquei: As tenazes que o profeta viu
e com que foi tomado o carvão do altar, eram a figura de Mim próprio, no grande sacramento.
Isaías viu-Me a Mim, assim como vós ;e vedes a Mim agora, estendendo a Minha mão direita e
levando às vossas bocas o pão vivo. As tenazes são a Minha mão direita. Eu faço as vezes do
serafim. O carvão é o Meu Corpo. Todos vós sois Isaías."
 
Esta descrição permite concluir que na Igreja siríaca, no tempo de Santo Efrem, a Sagrada
Comunhão era distribuída directamente na boca. Isto mesmo se pode constatar também na
liturgia de S. Tiago, que era ainda mais antiga  do que a chamada de São João Crisóstomo. Na
liturgia de S. Tiago, antes de distribuir aos fiéis a Sagrada Comunhão, o sacerdote recita esta
oração: "Que o Senhor nos abençoe e nos torne dignos de tomar, com mãos imaculadas, o
carvão aceso, metendo-o na boca dos fiéis".
 
O facto de que um homem mortal tomava o Corpo do Senhor directamente nas suas mãos, exigia ,
para São João Crisóstomo, um comportamento de grande maturidade espiritual: "O sacerdote
continuamente toca Deus com suas mãos. Que pureza, que piedade se exige dele! Reflecte
agora um pouco, como deveriam ser essas mãos que tocam coisas tão santas!"
 
 
[Dominus Est - Athanasius Schneider]

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