19.8.16

Eva Lavallière

Oração - conversão
 
 
Eva Lavallière era uma atriz de vida desregrada, que fascinava as multidões. Cerca dos
quarenta anos, conheceu um "Pentecostes interior" e o Espírito Santo desceu sobre sua cabeça.
Converteu-se e terminou sua vida na oração e na penitência.
Disse um dia ao falar do Santíssimo Sacramento: "Cristo cativa-nos muito mais profundamente
do que a sensiblidade o pode fazer. Pega na música que mais te seduz, que te faz contemplar,
sem teres que te concentrar e põe-a a tocar 25 vezes de seguida e conhecerás bem depressa a
"noite dos sentidos", a ponto de não seres mais capaz de a suportar."
 
§ Com a oração, acontece algo completamente diferente, pois tu nunca chegas a cansar-te
dela. Entre os bens sensíveis e espirituais, há grande diferença. Um bem sensível, quanto
menos o temos, mais o desejamos. Enquanto que, com os bens espirituais, quanto mais os
temos, mais os desejamos, pois eles fazem nascer em nós uma sede de infinito.
Na sua "Vida de Moisés", São Gregório de Nissa diz que "a visão de Deus não é outra coisa
senão o desejo de Deus". Quanto mais o homem «vê» o Olhar do Pai na oração, mais ele
deseja orar.
 
§ Quando Santa Teresa de Ávila fala da oração às carmelitas, praticamente diz-lhes isto: «Eu
não vos peço tanto para olhardes Cristo durante a oração, mas, sim, mais para tomardes
consciência do facto de Ele, vosso Esposo, não cessar um momento de vos olhar».
 
Fazer oração é tomar consciência do facto de que Cristo deseja e espera a tua oração como um
regresso da criatura ao Pai. Uma vez que entraste junto dEle pela oração, Deus deseja que
nunca mais saias desse lugar. «Por isso, a verdadeira oração que conseguiu responder ao
desejo benevolente de Deus deve continuar secretamente no fundo do teu coração por meio de
um diálogo sem palavras, após teres deixado o lugar da oração», diz o Padre Matta-el-Maskine,
que foi superior no mosteiro de São Macário, no deserto de Cítia, mais tarde sendo eremita 
numa gruta em Wadi-e-Natroun).
 
 
[Jean Lafrance]
Img: Pinterest

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