18.4.20

O que nasce do teu silêncio

 
Padres do deserto
 

Conta-se que os Padres do deserto, quando chegava alguém pela primeira vez, não falavam. Recebiam o outro em silêncio. Porque pensavam: «se o meu silêncio não o conseguir iluminar, quanto mais a minha palavra». «Ama o silêncio acima de tudo, ele transporta um fruto que a língua é incapaz de descrever. No nosso silêncio nasce alguma coisa que nos atrai ao silêncio.» Que Deus te conceda compreender e acolher o que nasce do teu silêncio. É isso que hoje te peço, Senhor. Que eu guarde o Teu silêncio com confiança e que ele abra, pouco a pouco, o meu coração à escuta não só do presente, das necessidades do presente, mas também daquilo que há-de vir.
 
Cardeal José T Mendonça
 
Santo Antão do deserto
 
«Não lhes ensinarei mais que a oração» - Staretz»
 
Os Padres do Deserto ou Pais do Deserto foram eremitas, ascetas, monges e freiras que viviam maioritariamente no deserto da Nítria (Escetes), no Egipto a partir do século III. O mais conhecido deles foi Santo Antão (ou Santo Antônio, o Grande), que mudou-se para o deserto em 270-271 e se tornou conhecido tanto como o pai quanto o fundador do monasticismo no deserto. Quando Antão morreu em 356, milhares de monges e freiras tinham sido atraídos para a vida no deserto seguindo o exemplo do grande santo. Seu biógrafo, o doutor da igreja Atanásio de Alexandria, escreveu que "o deserto tinha se tornado uma cidade" [1].
 
Os Padres do Deserto tiveram uma enorme influência no desenvolvimento do cristianismo primitivo. As comunidades monásticas do deserto que cresceram destes encontros informais de monges eremitas se tornaram o modelo para o monasticismo cristão. A tradição monástica oriental, representada em Monte Atos, e ocidental, sob a Regra de São Bento, foram ambas fortemente influenciadas pelas tradições iniciadas no deserto. Todos renascimentos monásticos da Idade Média buscaram no deserto alguma inspiração e orientação. Muito da espiritualidade do Cristianismo Ortodoxo, incluindo o movimento hesicasta, tem as suas raízes nas práticas dos Padres do Deserto. Mesmo renascimentos religiosos mais modernos, como os evangélicos alemães, os pietistas da Pensilvânia e o renascimento metodista na Inglaterra foram vistos por estudiosos atuais como tendo sido em alguma medida influenciados pelos Padres do Deserto[2].
 
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