Oração do Anjo da Paz, de Portugal, ensinada a Lúcia, Jacinta e Francisco, os pastorinhos, videntes, de Fátima:
«Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. »
Mesmo que nos parecendo, à priori, tão curta e pobre esta oração, a Irmã Lúcia, uma das videntes das aparições de Nossa Senhora em Fátima, tem ainda tanto para nos falar sobre a mesma.
Em "Apelos da mensagem de Fátima" lemos o que nos diz:
I.
APELO Á FÉ
Desejo agora repassar a Mensagem que o bom Deus, pela Sua
Mãe Santíssima, confiou aos humildes pastorinhos da Cova de iria (Fátima), para
renovar à humanidade de hoje, nomeadamente aos peregrinos de Fátima, os Seus
apelos de sempre.
Dizer peregrinos de Fátima é o mesmo que dizer peregrinos da
Paz; creio até que existe um idioma no qual a palavra Fátima significa paz. De
qualquer modo, todos somos peregrinos da Paz; por viver em paz: todos desejamos
e anelamos por dias de paz, por viver em paz. Mas esta paz não será conseguida,
enquanto não tomarmos a Lei de Deus por norma e guia dos nossos passos. Ora,
toda a Mensagem de Fátima, é uma chamada de atenção para essa Lei divina. Por
isso, vamos segui-la passo a passo, e ela nos indicará o caminho a percorrer.
Quando se deram as Aparições, eu ainda não conhecia esta Lei;
dela, tinha apenas uma ideia muito limitada e imperfeita, que possuía qualquer
outra criança simples e ignorante, como eu era então, que não soubesse ler nem
escrever e vivesse num meio tão desprovido de cultura e ciência, como era
aquele em que me encontrava. E apesar de ter passado a viver depois em meios
mais cultos, confesso que só muito lentamente é que fui adquirindo esse conhecimento, pela Luz que
Deus me foi dando.
Na verdade, só muito tempo depois de se terem verificado
tais acontecimentos e de os termos descrito, é que me foi permitida a leitura
do livro da Sagrada Escritura. E foi só então que compreendi o verdadeiro
sentido da Mensagem, embora me houvesse sido dado a compreendê-lo já antes, mas
em sentido menos concreto.
Primeiro
apelo da Mensagem:
Meu
Deus eu creio.
Estávamos na Primavera de 1916… Suponho eu, porque então,
como criança, não me preocupava de datas, possivelmente nem saberia a quantos
se estava do mês! Nessa altura, pois, encontrando-se os humildes pastorinhos de
Fátima, na encosta do chamado monte do «Cabeço», ao abrigo de uma rocha a que
deram o nome de «Loca», viram a certa distância um jovem, como se fosse de luz,
que se aproximava e, ao chegar junto deles, disse:
«Não
tenhais medo. Sou o anjo da paz. Orai comigo». E, ajoelhando por
terra, curvou a fronte até ao chão, repetindo por três vezes as seguintes
palavras:
«Meus
Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem,
não adoram, não esperam e não Vos amam».
Em seguida ergueu-se e concluiu dizendo:
«Orai assim; os Corações de Jesus e Maria estão atentos à
voz das vossas súplicas»
O primeiro apelo, que Deus nos dirige aqui por meio do Seu
enviado, é um apelo à Fé: Meu Deus, eu
creio!
(segue…)
II
A Fé está na base de toda a vida espiritual. É pela fé que
acreditamos na existência de Deus, no Seu poder, na Sua sabedoria, na sua
misericórdia, na sua obra redentora, no seu perdão e no Seu amor de Pai.
É pela fé que acreditamos na Igreja de Deus, fundada por
Jesus Cristo, e na Doutrina que ela nos transmite e por meio da qual seremos
salvos.
É a luz da fé que guia os nossos passos, conduzindo-nos pela
via estreita que leva ao Céu.
É pela fé que vemos Cristo nos nossos irmãos, que os amamos,
servimos e ajudamos , quando precisam do nosso auxílio.
É ainda pela fé que nos vem a certeza da presença de Deus em
nós; de que estamos sempre sob o olhar de Deus. É este olhar de Luz,
omnipotente e imenso, que se estende por toda a parte, que tudo vê, tudo
penetra, com nitidez única e própria só do Sol Divino, face ao qual o sol, que
vemos e nos alumia, não é mais que pálido reflexo, uma ténue centelha emanada
da Luz do imenso Ser que é Deus.
Isto que acabo de dizer-vos, não é novo; di-lo já S. João,
no início do seu Evangelho:
«No
princípio já existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus.
Ele estava, no princípio, com Deus. Tudo começou a existir por meio d’Ele, e
sem ele nada foi criado. N’Ele estava a Vida, e a Vida era a luz dos homens. A
luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a admitiram» (Jo,
1, 1-5).
Nesta passagem, S. João fala-nos do Ser eterno do Verbo de
Deus; diz-nos que tudo por Ele foi criado; tudo recebeu d’Ele o ser que tem. No
Seu poder, bondade e sabedoria infinita, Deus comunica a tudo quanto existe os
dons necessários à sua subsistência. Por isso, tudo depende d’Ele, e sem Ele
nada pode continuar a existir.
… (continua…)
Resumo do 1º Capítulo de: Apelos da Mensagem de Fátima –
Autoria: Irmã Lúcia.
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Salvé Regina!