1.5.20

É o Povo ou a Massa?

 O povo ou a "Massa"
 
Estamos no tempo de manifestações populares, a voz das ruas, (hoje o 1º de Maio) pedindo tal ou tal coisa: a voz do povo! E cita-se o provérbio: “Vox populi, vox Dei”, a voz do povo é a voz de Deus. Será mesmo? Nem sempre. Se fosse realmente o povo...
 
Por isso há que se fazer a distinção entre povo e massa. Como assim? Qual a diferença? O povo raciocina, a massa não. O povo caminha, a massa é conduzida. O povo segue racionalmente, a massa é manipulada cegamente.
 
O povo percebe os embustes,"a massa" é alvo fácil de quaisquer demagogos e propagandistas. "O povo vive, a massa é inerte e não se move se não do exterior, fácil joguete nas mãos de quem quer que lhe explore os instintos e as impressões, pronta a seguir, alternadamente, hoje esta bandeira e amanhã aquela" (Pio XII).
     
Por isso, nem sempre é exacto dizer: o povo quer isso, o povo pede tal coisa, o
povo está gritando, quebrando tudo, cheio de indignação. Será mesmo o povo? Ou a massa?

Na Paixão de Jesus, temos um exemplo gritante e intrigante: a mudança repentina do “povo” que pediu a morte de Jesus, depois de tê-lo aclamado rei no Domingo de Ramos. Como pode ocorrer uma mudança assim em cinco dias? Gritaram “hosana ao Filho de Davi!” no Domingo e “crucifica-o!” na sexta-feira seguinte?!
Será que foi o mesmo “povo” ou foi outro? Ou o povo se transformou em massa?! Ou houve alguma mudança que transformou sua mentalidade e comportamento? Ou foi a massa, manobrada?
       
Na verdade, não foi o verdadeiro povo que preferiu o bandido Barrabás a Jesus e pediu a sua morte. Foi a massa, manobrada pela aristocracia do templo, à qual se juntaram, para pressionar, os partidários de Barrabás, enquanto os seguidores de Jesus, o povo simples e bom,  permaneceram escondidos de medo. Portanto, a vox populi realmente não foi válida, porque não correspondeu à realidade de “voz do povo
 
(cf. Bento XVI, Jesus de Nazaré II). Assim, o povo aclamou espontaneamente Jesus no domingo de Ramos. A massa, manipulada, pediu sua morte cinco dias depois. E, como sempre acontece, os maus e os manobreiros são muito mais espertos e sagazes do que os bons.
       
Na actual democracia, é o povo realmente que elege seus representantes, ou é a massa comprada por propinas e promessas, manipulada pela propaganda e
condicionada a pensar o que lhe impingem?! Não sem razão os marqueteiros hoje são os mais importantes em uma eleição. Por isso, nem sempre é o melhor que vence, mas o que soube conduzir bem a massa impressionada. Quantos eleitos, não o foram pelo povo, mas pela propina e manipulação.

Sejamos nós o povo de Deus, racional e consciente, e não a massa manobrável
por pressões, sentimentos e propaganda, fácil presa das emoções, do medo, dos sectários, dos formadores de opinião, da acomodação e do argumento da maioria.
 
Em: Dom Fernando Rifan
 
 
 Deus quer um Povo de Louvor
 
 

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